O The Hollywood Reporter foi mais um site que postou comentários feitos pelo elenco e pelos roteiristas de Sherlock sobre o primeiro episódio da quarta temporada da série, As Seis Thatchers. Este artigo é bem similar a outros que já traduzimos, já que os comentários foram feitos na sessão de Q&A logo após a exibição do episódio no evento de lançamento da temporada, mas contém alguns comentários que até então não havíamos traduzido. Confira abaixo:
O elenco e os roteiristas falam sobre o começo da nova temporada em três partes do drama de sucesso, com spoilers para aqueles que ainda não assistiram ao episódio
A quarta temporada de Sherlock, estrelada por Benedict Cumberbatch, Martin Freeman e Amanda Abbington, teve um primeiro episódio emocional no BBC One no Reino Unido e no PBS nos EUA no domingo.
Elenco e roteiristas discutiram o episódio numa recepção e projeção antecipada antes do feriado, em Londres, promovida pelo diretor geral da BBC, Tony Hall, com comentários embargados até depois da data de exibição.
Escrito pelos criadores Steven Moffat e Mark Gatiss e inspirada pelos trabalhos do Sir Arthur Conan Doyle, a nova temporada começa com Sherlock Holmes (Cumberbatch) de volta em solo britânico enquanto Doutor Watson (Freeman) e sua esposa Mary (Abbington, ex-parceira de Freeman na vida real) se preparam para seu maior desafio até agora – serem pais.
Mas o episódio de abertura da temporada, alerta de spoiler, culmina numa cena dramática e emocional, na qual Mary morre. ”Foi divertido, trabalhar com esses caras”, Abbington disse ao descrever a experiência de trabalho, apontando para Freeman e Cumberbatch. ”É o sonho de um ator. É completa autoindulgência. Eu posso simplesmente me jogar na coisa. Eu provavelmente fiz isso, um pouco”.
O quão desafiador é fazer uma cena como aquela, perguntaram a Freeman. ”É difícil”, ele disse, antes de gracejar: ”Eu estou sempre correndo o risco de atuar mal. Então você precisa trabalhar para chegar ao ponto ideal”. Ele concluiu: ”Você precisa fazer justiça à cena, obviamente, mas é muito fácil exagerar. É uma linha fina de se caminhar”.
Cumberbatch concordou que ”realmente foi” uma cena difícil. ”Nós levamos o baque que, com sorte, a audiência leva quando assiste ao episódio, quando lemos o roteiro pela primeira vez. É um grande momento.Três se tornaram dois, e então esta parte incrivelmente importante de quem o Sherlock é termina do nada”, ele explicou. ”Foi uma cena muito inquietante de filmar”.
Quando contaram à Abbington que sua personagem morre? Ela disse que sabia que a personagem morre nos livros, e ela descobriu que o primeiro episódio da nova temporada era a hora de se despedir da série quando Moffat lhe contou. ”E [ele] disse que ou seria alguma coisa desse jeito [cena que terminou no episódio] ou sendo atropelada por um ônibus”, ela recordou.
Moffat reconheceu: ”Nós fizemos um plano inicial sem nenhum detalhe”. E ele explicou: ”Nas histórias originais, não é exatamente dito que ela está morta. É demasiadamente inferido, mas poderia ser uma separação complicada. Nós obviamente temos sido muito fieis a Doyle e também muito infieis. Então, nós não necessariamente precisávamos fazer isso, mas pareceu o lugar absolutamente certo para fazê-lo”.
Ele disse que queria contar a história da morte de Mary mais cedo do que mais tarde, ”para que então acontecesse tão dolorosamente e assustadoramente como essas coisas acontecem na vida real”.
Questionado o que a morte significa para Holmes, Cumberbatch disse: ”Ele está se tornando, eu acho, um pouco mais responsável por suas ações….Essa amizade [com Watson], aquela parceria que tem sido um elemento humanizado durante toda a série. E eu acho que agora ele está se tornando mais como um ser humano…[e]…deixando de lado…esse negócio frio de resultado a qualquer custo, de focar na conclusão, ao invés da metodologia para chegar até ela, e nas pessoas nas quais ele passa por cima”.
Discutindo o papel de Holmes na morte, a estrela acrescentou: ”Porque ele é tão leal a alguém de que ele gosta, porque ele se permitiu se preocupar com alguém…ele se cegou com sua própria humanidade. Ele se tornou tão fervoroso em sua destruição [dessa pessoa matando a Mary] naquele momento, que ela é usada como arma por sua crueldade”.
Freeman, por outro lado, discutiu um novo lado de Watson mostrado no primeiro episódio da nova temporada quando ele encontra uma mulher no ônibus que parece estar interessada nele. ”Há muito papo, compreensivamente, de que o John é esse personagem confiável, muito estável, o que ele é, genericamente falando”, ele disse. ”Mas ele é alguém que também tem fraquezas e pode estar errado às vezes”.
Cumberbatch disse que isso estava de acordo com as histórias de Doyle. ”Ele é um mulherengo nas histórias originais”, ele disse sobre Watson.
E Gatiss explicou que essa cena foi baseada numa experiência de ”um amigo meu, incrivelmente chamado Edmund Moriarty”, como o gênio do crime nas histórias de Holmes. Ele estava no metrô com sua filhinha uma vez e uma moça sorriu pra ele. ”E então ele se olhou no espelho, e ele tinha uma flor em seu cabelo, e era pra isso que ela estava olhando”, ele explicou.
Moffat foi questionado sobre os comentários anteriores dos criadores sobre a quarta temporada de Sherlock ser a mais sombria até agora. Mas pode ficar mais sombria do que o primeiro episódio? ”Sim, não de um jeito completamente sem graça”, ele disse. ”Fica consideravelmente mais sombria”.
Tradução: Gi | Fonte