A edição de fevereiro da revista Total Film traz uma matéria sobre Sherlock. Benedict, Mark Gatiss e Steven Moffat discutem o que pode ser esperado da quarta temporada e do futuro da série. Confira abaixo a tradução:
Verdades de Holmes.
Cumberbatch oferece pistas da quarta temporada de Sherlock…
Por: Stephen Kelly
Moriarty realmente voltou? Se sim, como? O maior nêmesis de Sherlock, afinal, foi visto pela última vez atirando em sua própria cabeça numa cumeeira. Como ele poderia ter sobrevivido? Depois de dois anos de perguntas, tudo finalmente será revelado. E, de acordo com Mark Gatiss, ele e seu co-criador, Steven Moffat, vêm planejando as perguntas desdo o finale da segunda temporada, A Queda de Reichenbach”, em 2012. Assim, não é de surpreender que todos os envolvidos tomam muito, muito cuidado ao falar (ou não) sobre a quarta temporada de Sherlock.
Benedict Cumberbatch, por exemplo, opta pela abordagem direta: ”Eu posso dizer muito pouco sem dar spoilers para as pessoas que querem ver o episódio no dia”, ele diz, com firmeza. ”Eu acho que Sherlock tem uma boa ideia do que está por vir – isso se tiver alguma coisa por vir…”. Gatiss, por outro lado, prefere provocar. ”Você terá que esperar pra ver”, ele sorri.
”Esta temporada muda a vida dos personagens de tantas formas, que eu não poderia lhe contar”. Mas as pistas estão aí. A quarta temporada é a grande; a temporada das consequências, a temporada – como Moffat disse – ”das galinhas voltarem para o poleiro”.
”Eu posso lhe dizer isso”, Gatiss ri. ”Muitas coisas que nós temos implicado durante os anos são concluídas. Obviamente, ainda é a série de aventura que sempre foi, há muito humor, mas as coisas com as quais estamos lidando são muito sombrias. Acho que este é o máximo em que nós já colocamos os personagens num torcedor emocional este ano”.
Camada de rancor
”Está pedindo coisas dos personagens que nunca foram pedidas antes”, concorda Cumberbatch. ”E isso foi legal pra mim como ator. Você constrói um ícone involuntariamente e a primeira coisa que você quer fazer é quebrá-lo em pedaços”.
O primeiro episódio da quarta temporada, ”As Seis Thatchers”, vai continuar diretamente o especial de Natal do ano passado, ”A Noiva Abominável”, que terminou com Sherlock declarando, ”Moriarty está morto, não há dúvida sobre isso. Mais importante do que isso, eu sei o que ele vai fazer a seguir”. É imprecisamente baseado na história de 1904 de Arthur Conan Doyle, ”A Aventura dos Seis Napoleões”, na qual Sherlock Holmes investiga um caso incomum envolvendo bustos de gesso de Napoleão Bonaparte destruídos. Exceto, é claro, nesta história há bustos de Margaret Thatcher, primeira-ministra nos anos 80.
”Sempre foi uma das nossas favoritas”, explica Gatiss. ”É uma história emblemática de Sherlock Holmes, porque é excêntrica. Parece que algum lunático tem quebrado bustos de Napoleão, porque ele odeia o imperador francês, mas acaba sendo uma coisa muito mais sinistra. Eu sempre amei isso em Sherlock Holmes. Alguém diz que houve uma tentativa de assassinar a rainha e ele não se interessa, mas se interessa no fato do cliente sem dinheiro estar usando sapatos estranhos ou coisa assim”.
A quarta temporada, no entanto, é sobre muito mais do que Moriarty. O segundo episódio, ”O Detetive Mentiroso”, introduzirá um novo inimigo: Culverton Smith, quem os fãs de Arthur Conan Doyle poderão reconhecer como o mestre do veneno em ”O Detetive Moribundo”, publicada em 1913.
”Não é realmente o Smith da história de Doyle”, Gatiss explica. ”É uma abordagem muito diferente – uma coisa realmente repugnante. Ele é bem um vilão do século XXI. Nós moldamos o vilão clássico em alguém que nós podemos identificar, do jeito que fizemos de Magnussen (vilão da terceira temporada) um tipo de Rupert Murdoch. É a exata noção de crime organizado: Alguém está lidando com isso como se fosse um negócio e o que o personagem de Toby faz é uma abordagem muito particular e pessoal nisso”. Cumberbatch acrescenta: ”Foi uma coisa fenomenal assistir a esse personagem tomar vida. Vocês vão adorar quando ele aparecer”.
No que diz respeito ao terceiro e último episódio…bem, isso é um segredo tão grande, que nem seu título foi divulgado ainda. Uma aposta segura, no entanto, seria nele envolver o obscuro passado de assassina da esposa de John Watson (Martin Freeman), Mary (Amanda Abbington), quem está prestes a se tornar mãe.
”Torna-se um negócio de família, por um tempo”, diz Cumberbatch, ”e aí coisas acontecem…”.
Caso encerrado?
Mais intrigante é o que o episódio significará para a série como um todo. A impressão que a Small Screen tem é que esta temporada está evoluindo para um ponto de onde será difícil continuar – uma espécie de gran finale. Isso significa, como mera especulação de imprensa, que a quarta temporada de Sherlock será a última da série?
”Nós a deixamos num lugar para o qual nós absolutamente poderíamos voltar”, diz Gatiss. ”É um clímax, e um monte de fios são entrelaçados. Mas isso não significa que você não pode voltar. Foi genuinamente muito difícil juntar as agendas de todo mundo. Nós íamos fazer a quarta temporada quando fizemos o especial de Natal, mas não conseguimos combinar os horários, então acabamos fazendo o especial porque havia um pequeno espaço. Juntar Benedict e Martin está ficando cada vez mais difícil. Eles estão muito dispostos e eles sabem o que a série fez por ele e por todos nós, o que é fabuloso. Eu acho que todo mundo gostaria [de fazer outra temporada], mas pode demorar mais dois anos, ou três, ou este pode ser o fim. A vontade existe, o público a ama, mas eu simplesmente não sei”.
Tradução: Gi
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