Confira a tradução da matéria de capa da edição de novembro da revista Empire, que fala sobre o que podemos esperar do filme. Veja também os scans da revista em nossa galeria.
DIAS ESTRANHOS
Com a psicotrópica história de origem Doutor Estranho, a Marvel não está visando somente mexer com sua mente, mas expandi-la. E pra valer, cara!
Enquanto Benedict Cumberbatch corria ao longo da Avenida East 32nd em Manhattan em sua última cena como o cirurgião que se torna mago, Doutor Estranho, ele não pôde evitar notar a loja de quadrinhos JHU. Assim que as filmagens terminaram, ainda em seu figurino completo azul e vermelho, ele decidiu dar uma passada lá.
“Eu pensei, ‘Você está literalmente terminando onde isso começou,’” Cumberbatch relembra. “O laço de serendipidade era muito grande para não entrar e reconhecer isso. Eu queria ver a expressão nos rostos deles.”
Fotos de Cumberbatch na loja tornaram-se virais, mas uma experiência um dia antes pode ser ainda mais reveladora. Cumberbatch outra vez vestido com o figurino, fez uma pequena pausa para um café com sua esposa e alguns amigos. Com a indiferença típica de Nova York, a maioria dos clientes deram uma olhada e imediatamente voltaram para suas bebidas. “Foi fantástico,” ele diz. “Eu estava tendo conversas normais dentro de uns cinco minutos. Algumas pessoas me reconheceram como Doutor Estranho, mas muitas pessoas não conhecem esse personagem ainda, o que é empolgante. Te dá uma certa quantidade de liberdade.”
Isso é tanto o maior desafio quanto a maior vantagem criativa de um filme de Doutor Estranho: ele não é um dos nomes mais conhecidos da Marvel.
Você não vê Strange em lancheiras, e um homem de meia idade com um cavanhaque não é exatamente um ótimo disfarce de Halloween. Então, Scott Derrickson vai estar expondo Strange, e as dimensões paralelas do multiuniverso da Marvel, ao público pela primeira vez.
Doutor Estranho tem sido um nicho de interesse desde que surgiu do cérebro peculiar do artista de Homem-Aranha, Steve Ditko, em 1963. Enquanto o escritor Stan Lee forneceu a mística linguagem sem nexo (“Pelas Faixas Escarlates de Cyttorak!”), a atração principal da série foram as ilustrações vertiginosamente inventivas de Ditko. Ditko não era hippie, mas sua mistura a frente do tempo de misticismo oriental com visuais alucinantes fez o Mago Supremo o super-herói favorito da contracultura: ele foi mencionado por Pink Floyd, T. Rex e Ken Kesey do grupo de escritores Merry Pranksters, e amado por aficionados por drogas alucinógenas e rock progressivo.
Mesmo assim, suas aventuras nunca estiveram entre as mais vendidas da Marvel e ele sempre foi algo difícil de lidar para Hollywood. Um piloto para TV em 1978 fracassou. Adaptações subsequentes ligadas a Alex Cos e Wes Craven nunca se materializaram, e mesmo uma tentativa em 2008 de Guillermo del Toro e do escritor Neil Gaiman não deu em nada. Homem de Ferro e Capitão América foram apostas seguras para um inexperiente estúdio da Marvel. Mas com grandes bilheterias vem grandes responsabilidades, e a Marvel tem recentemente apostado em personagens mais obscuros – Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga – com resultados incríveis (773 milhões e 519 milhões de dólares ao redor do mundo, respectivamente).
“Se nós tivéssemos feito Homem de Ferro 7, as pessoas iriam estar ficando cansadas,” diz o presidente da Marvel Studios Kevin Feige. “Esse é o motivo de nós querermos que todos os filmes sejam distintos. Doutor Estranho é diferente de tudo que já fizemos antes.”
Pelas Horrendas Hordas de Hoggoth! O MCU está prestes a ficar psicodélico.
Quando Scott Derrickson descobriu os quadrinhos quando criança em Denver, Colorado, ele tinha um favorito claro. “Doutor Estranho era mágico,” diz Derrickson, um erudito de 39 anos de cavanhaque e óculos. “Eu gostava da estranheza interdimensional daquilo. Quando eu penso naquele personagem eu também penso em solidão. A ideia do personagem solitário que está ferido e precisa de cura e vai para uma busca espiritual, aquilo falou comigo.”
Então, quando, em 2013, o agente de Derrickson lhe contou que a Marvel estava procurando por um diretor para trazer Strange as telas, ele se jogou no campo. “Eu acho que Doutor Estranho é o único filme de quadrinhos que eu estou definitivamente adequado para fazer,” ele diz. Apesar de seu histórico sólido de profundos filmes de terror como O Exorcismo de Emily Rose e A Entidade, Derrickson sabia que seria difícil. “Eu estava bem ciente de que eu não era uma escolha óbvia,” ele diz. “Eu sabia que eu teria que trazer muito mais pra mesa do que qualquer outro se eu quisesse ter uma chance.”
Derrickson teve não menos que oito reuniões com a Marvel antes de aterrar o arpão. Sua visão se expandiu com base na história clássica de 1963 A Origem do Doutor Estranho, onde Stephen Strange é um brilhante, mas insensivelmente arrogante neurocirurgião cuja carreira descarrilou quando ele destrói suas mãos em um acidente de carro. Ele procura desesperadamente por uma cura, buscando em Kamar-Taj, uma comunidade isolada nos Himalaias liderada por um mago conhecido como Ancião. Depois de ser, francamente, um idiota, Strange concorda com o árduo regime de treinamento do Ancião e emerge espiritualmente renascido como mago, lutando contra estranhos inimigos através da projeção astral.
Qualquer mudança que Derrickson e seu co-roterista C Robert Cargill fizeram, eles foram determinados em manter essa narrativa básica de Lee/Ditko. “Eu queria realmente manter o foco no arco de seu crescimento espiritual,” diz Derrickson, um cristão comprometido que estudou teologia na faculdade. “Isso é o que me interessa.”
O diretor também mostrou sua visão para retratar a magia e os outros reinos. “Eu amo a ideia da magia ‘real’: experiências de outros dimensões que parecem fundamentadas e relacionáveis,” ele diz. “Eu acho que isso é o coração do motivo pelo qual eu consegui o trabalho.”
Começando no final de 2014, Derrickson, o supervisor de efeitos visuais Stephane Ceretti e o designer de produção, Charles Wood, reuniram uma galeria de referências visuais incluindo surrealismo, expressionismo alemão, paisagens marinhas de Turner, fotografia científica, ilusões ópticas de MC Escher e, é claro, as ilustrações não convencionais de Steve Ditko durante a temporada dos quadrinhos de 1963 a 1966.
‘’Sua arte ainda é progressiva e visionária’’, Derrickson diz. ‘’Nós estávamos projetando coisas e eu voltava para os quadrinhos e olhava e dizia, ‘’Meu Deus, não estamos sendo tão ousados quanto os quadrinhos foram nos anos 1960!’’. A tecnologia de efeitos visuais chegou ao mesmo nível dessa história em particular. Eu queria fugir da representação visual de mágica que vem sendo usada por muito tempo. Não teve um momento em que pensamos ’Ok, estamos indo longe demais’. Tem coisas bem doidas lá’’.
Mesmo tendo saído direto de Guardiões da Galáxia, Ceretti descobriu que Doutor Estranho estava um passo à frente. ‘’Estamos forçando a narração visual da história de uma forma muito extrema’’, diz Ceretti. ‘’Criar um ambiente psicodélico crível não é fácil, eu posso te falar, mas nunca foi visto assim antes num grande blockbuster. O que é legal na Marvel é que podemos mostrar coisas novas para as pessoas. Eles confiam na gente. Tentamos levar a coisa para fora da Terra em Guardiões e agora estamos tentando levá-la para fora do nosso universo. Então é outra viagem’’.
Feige diz que a jornada de Paul Rudd no reino quântico no final de Homem-Formiga foi simplesmente um aperitivo para o completo dobramento de mentes interdimensional: Pegue aquilo e multiplique por 50 e é isso que você verá em Doutor Estranho’’.
No dia que a Empire visita o Longcross Studios britânico em janeiro de 2016, Cumberbatch é colocado no espremedor. Ele está praticando artes marciais no telhado do complexo Kamar-Taj, e depois treinando com o principal discípulo do O Ancião, Karl Mordo (Chiwetel Ejiofor).
O movimento em específico – alguma coisa entre uma manobra de combate, uma dança e um truque de mágica – requer 15 tomadas para ficar perfeita. Depois, Cumberbatch sobe engatinhando um pedaço fabricado do Monte Everest enquanto é chicoteado por rajadas geladas vindas de ventiladores gigantes. Ser o Doutor Estranho não é moleza.
Quando Cumberbatch se senta para conversar, portando uma barba falsa desgrenhada, ele está ofegando um pouco de exaustão. Ele já trabalhou com ação antes, mas recentemente em Além da Escuridão: Star Trek, mas não desse jeito: o trabalho com o cabo, o treinamento em artes marciais, as 14 horas de trabalho por dia.
”Kevin Feige me disse ‘eu acho que nunca fizemos um ator passar por tanta coisa assim, fisicamente e psicologicamente’, Cumberbatch diz animadamente. ‘’Usarei isso como um distintivo de honra. O sofrimento pelo qual o personagem passa é imenso! Ele é tirado do chão e jogado direto para o inferno de novo e então lentamente se esforça pra subir’’. Ele sorri. ‘’Eles são muitos divertidos, os filmes da Marvel’’.
Para Derrickson e Feige, Cumberbatch sempre foi a escolha perfeita, um ator capaz de projetar hiper inteligência e egoísmo espinhosos sem perder a simpatia. ‘’Ele é esse cara’’, diz Derrickson. ‘’Ele foi o único ator que nós consideramos seriamente’’. Mas quando eles se conheceram em Londres em 2014, Shakespeare entrou no caminho. Cumberbatch tinha concordado em interpretar Hamlet no Barbican no outono de 2015, um problema para um filme com data de lançamento prevista para o verão de 2016. ‘’Simplesmente não era possível’’, diz Derrickson. ‘’Para ser justo com ele, ele disse ‘Eu não posso pular fora de Hamlet. Eu dei minha palavra’’’.
O diretor se encontrou com ‘’muitos atores bons’’, incluindo Joaquin Phoenix, Jared Leto e Ryan Gosling, mas eventualmente ele retornou para Feige e disse ‘’Tem que ser Benedict’’. Então a Marvel fez uma decisão inusual: eles adiaram a data de lançamento para acomodar Cumberbatch.
‘’Eu realmente achei que eu teria que lhe dar adeus’’, Cumberbatch diz. ‘’Se você não consegue pular na oportunidade enquanto ela está passando, isso geralmente significa que é o fim, então o maior elogio que eles me fizeram foi voltar para mim. Motivou-me a tentar satisfazer a fé deles em mim’’.
A evolução de Stephen Strange de cirurgião egoísta para homem derrotado para feiticeiro heroico é extrema, até mesmo para padrões da Marvel. ‘’Ele é muito diferente no começo do filme e no final’’, diz Feige. ”É divertido assistir a um ator do calibre do Benedict passar por uma transformação completa’’. Para fazer a história ser envolvente emocionalmente, Cumberbatch precisou começar com um ser humano imperfeito verossímil. ‘’Eu fico lembrando as pessoas de que eu consigo interpretar pessoas comuns’’, ele ri. ‘’Ele é menos estranho do que outros personagens que eu interpretei’’.
Strange vai para Kamar-Taj para curar suas mãos, mas O Ancião não é o SUS. Para ser curado de verdade, esse materialista maníaco por controle precisa desistir de seu ego e aceitar que, como diria Hamlet, ‘’Há mais coisas no céu e na terra do que há coisas sonhadas em sua filosofia’’. Derrickson decidiu que o processo de aprendizagem requereria dor. Muita dor.
”Para mim, ele sempre foi um herói trágico’’, o diretor diz. ‘’Ele acaba sendo um homem que tem que ficar sozinho entre a nossa experiência dimensional e outros mundos, e isso o isola. É a ideia simples de um homem descobrir uma vida mais iluminada através de uma manopla de dor e sofrimento. Ele é um cara que tem tudo, perde tudo e, como resultado, encontra o verdadeiro tudo’’.
”Tudo que ele se transforma é testado tão violentamente e imediatamente’’, diz Cumberbatch. ‘’Há uma heroica quantidade de esforço investida em fazer dele um super-herói até o final do filme. Ele faz por merecer aquele manto’’. Isso não significa, diz Cumberbatch, que não há espaço para humor no meio da agonia. ‘’Eu queria levar o público numa jornada onde essa transição é engraçada e desajeitada. Com sorte, vocês ficarão tão impressionados e convertidos para as possibilidades quanto ele’’.
Assim que ele tinha seu Strange, Derrickson construiu o resto de seu elenco. Rachel McAdams é Christine Palmer, colega cirurgiã que e, Feige diz, “a âncora dele para sua vida passada”.
Mads Mikkelsen é Kacilius, um discípulo do Kamar-Taj que formou uma facção rival, os Zealots. “Eu gosto da ideia de um vilão que é um homem de ideias e tem uma verdadeira filosofia”, diz Derrickson. “Eu sempre quis ser Bruce Lee quando criança”, diz Mikkelsen. “Conseguir ser um décimo dele aos 50 anos era impossível dizer não. Eu fiz artes marciais antes… mas eu nunca tive a chance em um filme grande para realmente ir em frente.”
Cumberbatch diz que Strange e Kaecilius têm “uma pancadaria muito épica” que levou uma semana para gravar. “É uma luta que cruza tudo: dimensões, as leis da física, nossos físicos”, diz Mikkelsen. “Kaecilius é um homem que acredita em um mundo melhor, um mundo sem tragédia humana, mas os meios dele são bem diferentes dos que o Doutor Estranho está usando, portanto conflitos.”
Ejiofor, que trabalhou com Cumberbatch antes em 12 Anos de Escravidão, se torna Mordo: nos quadrinhos, o primeiro inimigo de Strange mas um personagem mais ambíguo aqui. “Ele esteve em Kamar-Taj por um tempo”, diz Ejiofor. “Assim como Strange, ele chega a procura de alguma coisa — possivelmente físico, possivelmente psicológico, possivelmente espiritual — e encontra no reino mágico uma combinação de todas essas coisas, que ele tenta transmitir a Strange. É um relacionamento complicado. Existem certas tensões.”
Por mais que ele adore os quadrinhos dos anos 1960, Derrickson percebeu que teria que tomar maiores liberdades com o Ancião, e o servo lutador kung-fu de Strange Wong. Ambos são estereótipos raciais”, ele diz abruptamente. “A visão ocidental do servil asiático mágico que existe para ajudar o herói branco”. Wong foi reinventado a partir do zero, como o protetor da biblioteca de Kamar-Taj. “Nós invertemos completamente todos esses estereótipos”, diz Derrickson. “Ao invés de um servo, ele é um mago mestre. Ao invés de ajudante ele é o mentor intelectual de Strange”. De acordo com o ator fortuitamente chamado Benedict Wong, “Ele não é absurdo. Nós somos um pouco como o The Odd Couple. Nós arremessamos juntos.”
O Ancião, um clichê orientalista inescrutável nos quadrinhos, também requereu uma reformulação drástica. A Anciã branca e andrógina de Tilda Swinton levou a tweets raivosos sobre “branquear” um papel asiático, mas Derrickson apoia sua escolha. “Nós falamos por muito tempo sobre a diversidade desses papéis e sentimos que ultimamente A Anciã era melhor servida ao trocar diversidade racial por diversidade de gênero”, ele diz. “Nós lutamos com isso por um longo tempo. Escrevemos o papel para Tilda e eu disse ao Kevin que se ela dissesse não teríamos que reescrevê-lo. Ela representa o que havia de bom no Ancião nos quadrinhos: as qualidades místicas, etéreas e possivelmente ambíguas. E”, ele acrescenta enfaticamente, “eu gosto do fato de que nosso filme tem uma grande personagem feminina que não é uma garota sonho de fanboy de 27 anos em couro apertado.”
No set, cabelo sob um gorro careca, Swinton fala ardorosamente sobre encontrar o mundo de Strange. Parece devidamente arquétipo”, ela diz. “É muito mais sobre criação do que sobre destruição e isso vai ser uma virada interessante. Para as pessoas que gostam do Universo Marvel acho que vai ser um ótimo próximo passo. Isso é o que é de bonito nele.”
Doutor Estranho está designado, como seu herói, para ser autônomo, mas a introdução de Strange, interdimensionalidade e magia também terão sérias implicações a longo prazo para o Universo Cinemático Marvel. Ai de mim, ninguém especificará o que o impacto será (“Eu não me preocupo com isso agora”, Derrickson suspira de sua sala de edição). Mas existem pistas. Cumberbatch menciona o desafio logístico iminente de alinhar sua agenda com àquelas de Robert Downey Jr, Chris Hemsworth, Elizabeth Olsen e Paul Bettany, o que sugere que Strange terá um papel em Vingadores: Guerra Infinita e sua sequência ainda sem título.
“Reunir todos nós será alguma coisa”, ele diz. “É por isso que este personagem está sendo apresentado, para abrir o próximo capítulo. Então observe este espaço para ver como isso se desdobra.”
O que quer que aconteça a seguir Stephen Strange não será um isolado culto por muito mais tempo. Cinquenta e três anos após sua criação, o Mago Supremo finalmente está chegando a uma lancheira perto de você.
O Homem da Sombra
Como o cocriador de Doutor Estranho Steve Ditko fez história nos quadrinhos, depois desapareceu
Steve Ditko é uma lenda dos quadrinhos, mas não foi entrevistado ou fotografado pela imprensa desde os anos 1960. “Não é como eu sou o que conta; é o que eu fiz e como foi bem feito”, o artista disse em uma de suas conversas registradas, um artigo de 1968 que o anunciou como “O Homem do Mistério”. Odiando atenção tanto quanto Stan Lee a adora, ele nunca tinha sido envolvido em um filme do Homem-Aranha, nem teve uma mão dele no Doutor Estranho deste ano. “Ditko é como JD Salinger”, diz Scott Derrickson, diretor do último. “Ele é um recluso famoso. Eu não sei por que eu seria o único a fazê-lo mudar de ideia!”
Ditko começou a desenhar quadrinhos em 1953. Dois anos depois ele se juntou a Stan Lee no precursor da Marvel, Atlas Comics, criando narrações assustadoras para antologias como Strange Tales. Em 1962, Lee pediu para que Ditko desenhasse o figurino e acessórios para o novo herói angustiante Homem-Aranha. Foi a combinação perfeita. Ditko se especializou em representações intensamente expressivas e fundos obsessivamente detalhados, da baixa de Manhattan ao Reino da Escuridão. O escritor de Watchmen Alan Moore elogiou a “elegância atormentada” dele.
Mas a era dourada não durou. Ditko se demitiu da Marvel em 1966, depois de uma série de brigas verbais com Lee. Pelas próximas duas décadas ele assumiu atribuições de qualidade variável (Rapaz, Ditko conseguia cortar”, lamentou um recorte do New York Times em 2008. “Ver amostras de seu livro de colorir dos Transformers (…) é como ouvir Orson Welles vender ervilhas congeladas”), enquanto focava em sua paixão: anúncios do Objetivismo, a crença severa defendida pela escritora libertária Ayn Rand.
Agora com 88 anos, ele mora — e ainda trabalha — em Nova York. Se calhar de você estar andando pelo bairro Midtown West de Manhattan, procure pelo cavalheiro idoso usando um Manto da Levitação.
Tradução: Juliana, Gi e Aline