No ano passado o jornal filipino Inquirer esteve no set de Vingadores: Guerra Infinita e conversou com Benedict, Robert Downey Jr., Tom Holland, Dave Bautista e Pom Klementieff. Confira a entrevista em duas partes traduzida!
LOS ANGELES — Mesmo conversar com uma fração do enorme elenco de “Vingadores: Guerra Infinita” — Benedict Cumberbatch (Doutor Estranho), Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), o filipino-americano Dave Bautista (Drax), Tom Holland (Homem-Aranha) Pom Klementieff (Mantis) — todos juntos no set de Atlanta, Georgia em outubro do ano passado foi bem um tumulto, como foi.
Robert, cômico e irreverentemente cândido como sempre, definiu o tom de nossa conversa desmedida. O filme muito aguardado, dirigido por Joe e Anthony Russo, estreia nos EUA em abril.
Trechos de nossa conversa:
Nos disseram que a cena hoje envolve você e Robert Downey Jr. como clandestinos em uma nave. O quanto isso é interessante para você, no sentido da atuação, já que não existem efeitos especiais envolvidos?
Tom (T): Quando você coloca Robert e eu em uma sala quando não há muito acontecendo, é uma receita para desastre porque nós gostamos de improvisar, experimentar coisas novas e inventar coisas novas. Mas é muito divertido.
O que é legal nesses filmes é que enquanto existem peças de set imensas e sequências de ação enormes, os escritores são espertos o bastante para permitir momentos onde os personagens podem brilhar apenas por serem os personagens que são, sem todos os super efeitos especiais e grandes acrobacias. É uma verdadeira cena de personagem entre nós dois.
É interessante ver que você está usando o figurino de captura de movimento. Você só tem que usar metade do seu traje de Homem de Ferro?
Robert (R): Eu não seria pego morto em um desses. Olha, faz muito mais sentido o porquê de Tom estar usando um.
Porque é tudo referência.
T: Quando você está em uma etapa de captura de movimento, é quando isso é mais importante.
R: Eis o que eu diria sobre hoje, também. Ele (Tom) entra, já estabelecendo que ele não é apenas um jovem maravilha rock ‘n’ roll. Nesse momento, ele também está fazendo outro filme. Colocaram você (Tom) em um tracking suit e você está usando aquele pedaço de cabelo de repente.
T: O motivo pelo qual estou usando a peruca é porque estou em outro filme com um cabelo muito mais curto. Não está nem um pouco em sintonia com a aparência do Homem-Aranha.
R: A peruca é referência.
É o método da peruca?
T: Absolutamente.
Nós vimos a mentoria entre o Homem de Ferro e o Homem-Aranha. Como esse relacionamento evolui aqui?
T: Eu não sei a resposta à sua pergunta porque não li o roteiro [inteiro]. Eu só sei o que gravamos hoje.
R: O terceiro ato é o que os Americanos Nativos chamariam de “um grande mistério agora.”
T: Isso me faz me sentir bem, na verdade. Me faz me sentir muito melhor.
Vocês leram o roteiro todo?
R: Nós sabemos o que é.
Benedict (B): É, foram 20 minutos incríveis. Eu conheço a forma grossa do roteiro.
Os escritores disseram que estavam empolgados em ver o Dr. Estranho e o Homem de Ferro ficar “cavanhaque a cavanhaque”. O que vai acontecer lá?
B: Tem sido uma ótima experiência de trabalho. Eu espero que os fãs estejam ansiosos por esses dois personagens se encontrarem, conflitarem e talvez cooperarem um pouquinho. Eles terão um pouquinho disso.
Existem crossovers, mas estão em pontos diferentes na história deles. Então, é difícil dizer qualquer coisa a você sem revelar alguma coisa.
R: Benedict sinceramente se importa bastante ainda. Então, para mim, é reenergizar todas essas coisas.
B: Existe um grande relacionamento. É muito rápido. Coisas começam mas não param neste filme.
R: quanto mais espaço eu dou para esses outros personagens, mais burro eu tenho que me tornar.
Agora, Quill (Chris Pratt) é o sarcástico, e Thor (Chris Hemsworth) pode estar de volta.
Vocês compartilham suas ideias com os escritores — sobre o seu personagem, para onde ele está indo e tal?
B: Os Russos são magnânimos em admitir o fato de que eles estão no comando da franquia inteira. Nós estamos em nosso grupo mais profundo. Estou procurando aquele pedaço do mosaico que tem mil peças, é grande e…
R: Isso é tão funcional quando a ONU.
B: Quanto à integridade do personagem, seu legado, e aonde ele vai, andei fazendo muitas perguntas baseado nisso. Estamos servindo uma história, algo que catapulta todos nós em perigo que é incomum de todas as maneiras.
R: O Doutor Estranho é engraçado. Ele é muito mais tolerante do que eu achei que ele seria.
B: Ele é. Ele é um pouco mais o crescido na sala. Eu vou dizer tudo isso. Ele tenta ser o mais maduro dos dois (Doutor Estranho e Homem de Ferro), mas nem sempre consegue. O Doutor Estranho é um improvisador mestre.
R: Sempre falando do que deveria ser. A propósito, qualquer um pode mandar uma ideia e recebemos uma reação. Mas eu adoro a de Dave. (Para Benedict) Ele faz você dar gargalhadas uns 20 minutos atrás, não fez?
T: Dave é o mais engraçado.
R: É como uma sala de escritores esquisitos. Todo mundo tem sensibilidades diferentes. Mas para responder à sua pergunta de verdade, não é como uma explosão. Não há caos aqui.
Existem discussões individuais onde não é como se ele estivessem apenas nos dizendo o que precisamos saber. Não é nenhum jogo de controle. É que nós sabemos exatamente o que é o arco do terceiro ato. Porque se relaciona de volta pelos 10 anos inteiros de todas as coisas que não deveriam ter sido secretas.
A coisa é bem secreta porque é reveladora e ainda assim individualmente nós todos sabemos o que é.
Não conhecemos a versão polida disso. Qualquer hora que uma cena se desenvolve, nós falamos, “Uau, isso é muito bom. Vamos reescrevê-la por nenhum motivo”, e nós o fazemos.
Haverá um toque melancólico porque estamos terminando um capítulo de “Os Vingadores?”
T: Eu espero que não. Eu ainda temos dois filmes para fazer.
R: Você não quer entrar em uma time de franquia quando ele está minguando. Mas agora é a hora com toda a infusão das novas franquias, personagens diferentes, os Guardiões e toda aquela coisa, há um grande senso de transição aqui.
Eu sempre fico melancólico com qualquer coisa que está mudando, quer seja bom ou não. Não vai ser como costumava ser quando estávamos de mãos dadas em volta da fogueira cantando “Kumbaya”. Não, não vai.
LOS ANGELES — Até Benedict Cumberbatch admitiu ter momentos fanboy no set de “Vingadores: Guerra Infinita”. Há parte de você que diz, ah meu Deus, isso é extraordinário”, disse Benedict, que interpreta Doutor Estranho, sobre ver o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Homem-Aranha (Tom Holland) e outros super-heróis juntos.
Nesta parte 2 desta entrevista no set em Atlanta, Georgia em outubro passado, nós continuamos, incluindo Benedict, Tom, Robert, o filipino-americano Dave Bautista (Drax) e Pom Klementieff (Mantis).
Houve momentos fanboys para você porque todos estão se reunindo nesse filme?
Benedict (B): Os primeiros poucos momentos onde você está no set com o Homem de Ferro e o Homem-Aranha, há parte de você que diz, ah meu Deus, isso é extraordinário. Estou entando na coisa que me sentei assistindo. Essa é uma emoção verdadeira ser parte de um elenco maior.
Tom (T): Para mim, [foi] quando estávamos na D23 (evento de exposição da Disney), e nós mostramos o trailer. Eu me sentei lá com todos os Vingadores. Eu vi pessoas que assisti nos filmes desde que era uma criança e em quem me inspirei por anos. Eu comecei a chorar no palco. É uma coisa tão incrível dizer que você é parte deste mundo fantástico e ir ao palco. Eu fiquei um pouco envergonhado e chorei.
B: É, mas você virou para mim e eu disse, “Não se preocupe”. Eu [estou emocionado] também aos 41 anos.
Nós vimos Robert e Tom filmando na nave hoje. Você também estará nessa sequência?
B: Eu posso dizer que posso ser parte dessa cena.
Robert (R): Por que você não vem aqui, Pom? Quem era que estava as antenas (da sua personagem)? Era a pequena Avri, minha de 2 anos?
Pom (P): Sim!
T: Acabamos de almoçar com o Robert. Eu estava com meu melhor amigo Sam, e nós dois nos sentimos tipo, que momento louco!
B: Incrível. Eu tenho amigas — moças doces que pagaram dinheiro para estar aqui para a caridade, e elas estavam, dando uma volta. Eu perguntei a ela como foi e ela disse, “É surreal, mas é estranho que você mantenha as coisas normalizadas. Você começa conversas.”
Dave (D): É uma afirmação enorme quando eu estou sentado lá com essa aparência e…
B: Não impede você de ser especial.
Qual é o maior número de vocês em um grupo de uma cena até agora?
T: Seis.
R: (Para Tom) Quando você estava fora em outro quadrante da esfera do cinema, estávamos fazendo um monte de coisas que tinham talvez oito do lado dos Vingadores coisas acontecendo.
T: Estou bem feliz de não saber nada sobre esse filme, porque sinto que ainda consigo ver um filme da Marvel e ser apenas um fã, ao invés de conhecer a história. Estou empolgado em estar na première e assisti-lo.
R: Claramente estamos em uma fase onde os Vingadores encontram os Guardiões.
Podem falar mais sobre vocês se encontrando?
T: É muito engraçado.
D: É o que nós trazemos. Os Guardiões são bons em fazer rir. Um tipo estranho de química evoluiu porque todos aqui, embora sejam super-heróis, ainda estão baseados na Terra. Nós estamos vindo de galáxias diferentes, então está começando a ficar estranho.
P: É engraçado porque você acha muitos egos masculinos diferentes se trombando. Todos eles são incríveis, mas de maneiras diferentes.
R: Graças a Deus estamos aqui. Isso me lembra daquele conceito perenial que dissolve esta tensão e toda essa coisa.
Aí, você percebe que compartilha um inimigo em comum e, de repente, é como se as coisas esfriassem um pouco, mas na verdade não.
A verdadeira conquista dessa franquia dos Vingadores nesse ponto é a agenda. Como você faz isso funcionar de alguma forma?
Como é quando vocês trazem seus filhos?
T: Eu não tenho filhos (risos)
P: Tem certeza?
R: Pelo menos ainda não.
B: Mas ver essa reação em qualquer escala. É fenomenal ver o quanto isso é importante para as pessoas, e isso é algo com o que se empolgar.
Foi fácil voltar a esses personagens e ao set?
T: Esses filmes são surreais para mim. Não se parecem como fazer filmes. Parecem como se eu tivesse ganho algum tipo de competição para sair com os Vingadores. Apenas estar aqui é maluco. Eu cheguei aqui ontem à noite provavelmente às quinze para a meia-noite.
Eu acordei e antes que soubesse, estava fazendo uma cena com o Robert. Eu não tenho suficiente para pensar no que estou fazendo até que eu esteja no avião para casa e falo, “Que merda, acabei de trabalhar em ‘Vingadores!'” Para mim, isso é surreal.
D: É um luxo também, no entanto — ser capaz de cair de volta nisso e não ter que pensar muito nisso. Porque você já está confortável com isso no seu corpo. Você está confortável com seu personagem, e você flui nisso.
Houve um momento que deu um pico de adrenalina?
T: Sim, tudo, na verdade.
D: Ainda é a coisa física que me empolga.
B: Houve uma cena que fizemos que eu não quero revelar, mas foi tão… Sair daquela porta. É tudo que eu direi. Foi entrar em uma cena como estará na tela. Foi extraordinário. É tudo do que deveríamos falar quando sair, então poderemos dizer como fizemos isso.
Como seu traje mudou durante os anos?
Desde 2007, quando era como vestir um [camburão da empresa limpadora de carpetes] Stanley Steemer. Está muito melhor, mas todos têm sua cruz para carregar. Existe algum que todo personagem tem que fazer, o que é especificamente desconfortável para eles.
Vamos falar sobre Josh Brolin como Thanos.
T: Josh Brolin é incrível. Ele é tão descolado. É o vilão da Marvel mais assustador que nós vimos até agora. Ele é aterrorizante.
B: E ele é Brolin. É extraordinário — uma evolução das coisas de criança. O que as pessoas podem fazer agora na loja atrás do galpão onde fazemos isso é insano. Quero dizer, o rosto dele.
R: Josh está muito pronto para desafio. Ele tem umas guinadas arquetípicas que ele está soltando. Eu não sei se é alguma Gestalt-terapia para ele ou o que é, mas está funcionando.
Benedict, os outros atores usam trajes e têm poderes especiais. Seu personagem é mais cerebral. Você fica com inveja?
B: Eu posso abrir portais e transportar a mim ou outras coisas ou pessoas por eles a outros lugares. Eu posso brincar com o tempo. Eu posso manifestar armas.
E eu não tenho que usar uma máscara, o que significa, na atuação, que esse é meu fardo, de uma maneira. Quando sou eu, sou eu, não um sósia, não um dublê.
R: Eu vi o primeiro Doutor Estranho. Eu vi uma sequência e fiquei, ele teve que fazer 106 cenas só por aquele minuto.
Alguma confusão como o resultado de muitos atores chamados Chris, todos em um set?
T: A coisa com que fico confuso é Tom e Pom (risos).