Continuando com as nossas traduções das entrevistas que o Benedict concedeu durante sua passagem pela San Diego Comic Con no final de semana passado, aqui temos entrevistas feitas pelo Whedonopolis, Seat42F, Entertainment Tonight e Fangirl Magazine. Confira abaixo:
Whedonopolis
Benedict: Boa pergunta. Você terá que esperar até 2017 pra saber a resposta. Minhas mãos estão atadas aqui, é o que posso dizer. É uma temporada muito, muito sombria. Tem o mesmo humor característico, e os relacionamento estão fortes como sempre, mas as coisas que se desensolvem nela…no que diz respeito à trama, e psicologicamente, pelo que acontece entre esses amigos por causa da trama… é…..gigante, e meio que definidor para a série. E….tem sido muito divertido de fazer. Quero dizer, muito chocante de ler, realmente emocional. É abarrotado de ação, e de…surpresas realmente grandes, e de simplesmente… a escrita mais extraordinária que você consegue na televisão. Mark e Steven se superaram, é isso que faz com que Martin e eu voltemos para fazer mais, e que isso continue, mas, por ora, é uma…é uma temporada incrível, incrível.
Entrevistadora: Parece ter muito mais ação no trailer que vimos, como foi gravar isso?
Benedict: Sabe, eu acho que trailers, por sua própria natureza e principalmente nesse estágio inicial em que não podemos falar nada, você tem que mostrar um pouco de ação. Parece caro, o que é excitante de certa forma, porque comparado com o que parece, não é tão caro assim. Mas….é muito divertido, é muito divertido. Martin e eu temos sido sortudos o bastante de trabalhar em filmes hollywoodianos de grande orçamento onde esses ambientes ou esses efeitos são…meio que parte do curso, então tê-los no nosso programa é maravilhoso, é muito excitante.
Entrevistadora: Nós não vemos muito de você e Watson juntos
Benedict: No trailer?
Entrevistadora: Sim, no trailer
Benedict: Vocês não me veem muito com ninguém no trailer, eu apareço no carro com o Martin e só, mas isso não é de propósito, eu acho, é só uma forma de mostrar personagens diferentes e pontos diferentes.
Entrevistadora: Você disse uma coisa durante o painel que fez as pessoas ficarem muito felizes, que estranhamente Sherlock é mais estranho do que o Doutor Estranho
Benedict: Eu acho que sim, ele é um herói para pessoas que são diferentes de alguma forma, e eu acho que…a estranheza deles foi autoprovocada, eles são voltados para conseguir um ofício melhor, uma ética de trabalho melhor, o necessário para poder fazer seu trabalho melhor. E eu acho que o que aconteceu durante a série, na série toda, todo o arco dela, é a humanização através de Watson e sua interação com o mundo graças a ele, o que significa, sabe, chegar a um estágio em que ele se torna melhor no seu trabalho por causa disso também. Ele se dá conta de que para poder entender o mundo, é necessário ser parte do mundo e….isso tem sido muito divertido de interpretar.
Então sim, eu acho, é isso que eu quis dizer ao chamá-lo de estranho, ele começa como um indivíduo solitário, se priva de certos prazeres sensoriais, tem uma vida sexual….muito limitada, vamos dizer assim…e…tudo pela causa, tudo para ser o maior detetive consultor do mundo.
Obrigado
Seat42F
Benedict: Sim, sim
Entrevistadora: Qual seria o próximo capítulo, se você pudesse escrevê-lo?
Benedict: Eu não preciso, eu tenho dois escritores muito bons, chamados Mark Gatiss e Steven Moffat, para fazer isso por nós. E…essa é a coisa ótima, você não precisa ser tão inteligente quanto seus escritores *quando você tem escritores como eles, você deixa que eles façam seu trabalho e tenta trabalhar*….e sabe, a dança que eles escreveram para essa próxima temporada é ótima, é incrível.
Entrevistadora: O que você acha que Moriarty escreveria no epitáfio da lápide de Sherlock, se ele pudesse?
Benedict: ”Não sinto sua falta”
Entrevistadora: Obrigada!
*por causa do barulho de fundo nessa parte, não temos 100% de certeza se foi isso mesmo que ele falou.
Entertainment Tonight
Benedict: Sim!
Entrevistadora: Oh meu Deus!
Benedict: Eu fiquei muito feliz, eles gritaram tipo ”Uhuuu!” na hora. Mas espera até você ver o filme, ele realmente fez por merecer aquele momento. Quero dizer, ele passa por um inferno. Inferno literal. Inferno físico e mental, juntos. Sabe, ele é um tipo arrogante, mas ele realmente sofre. E vocês com sorte, com sorte, o aguentarão e torcerão pra ele chegar naquele momento em que ele coloca a capa.
Scott Derrickson: Ouvir a reação de todo mundo àquilo em específico foi incrível, sabe? E saber, pela parte mais sincera do meu coração, que ele arrasa como o personagem. Ele é o Doutor Estranho. Não parece com nada que ele já fez. Tinha que ser ele, sabe? Ninguém além de Benedict poderia ter sido o Doutor Estranho.
Entrevistadora: Você surpreendeu os fãs na fila
Benedict: Sim, sim. Bem, eu não acho que foi…quer dizer…eu sei que pessoas já fizeram isso antes, eu apenas…
Sabe, o que é tocante nisso tudo, e esmagador, como foi essa tarde no Hall H quando eu entrei, é a quantidade de devoção, obsessão e esforço pelo qual as pessoas passam. Seja ter saído de outra parte do mundo, seja ter saído de um lugar perto, seja por ficar na fila por dias, literalmente dias, quero dizer, dois dias, dois dias inteiros.
Eles ficaram felizes, eles pareciam felizes, e isso foi bom. Eu queria ter conversado mais com eles. Eu sei como é, eu sei que é para capturarmos o momento com uma selfie… essa é a única coisa, eu simplesmente gostaria de ter podido conversar mais com eles. Queria ter podido conhecer suas histórias, porque é inspirador… e o cosplaying que acontece por aqui e o conhecimento deles….é tudo voltado pra eles.
Fangirl Magazine
Benedict fala que não notou essa mudança cultural como a entrevistadora o fez, que ele não está ciente desse movimento e que na realidade não sabe exatamente o que pensar disso. Logo depois ele decide e diz que acha bom, desde que não seja ‘’vinho velho em garrafa nova’’, que precisa existir uma razão para contar essas histórias. Ele então adiciona que a história de Strange funciona bem nos dias de hoje ‘’por que vivemos numa realidade tão definida pela tecnologia, por um universo lógico e binário’’ e por que ‘’pessoas estão se isolando em crenças muito, muito fortes’’, e que a mensagem que o filme quer passar é a de abraçar possibilidades, fortalecer através da inclusão, combinar ao invés de excluir.
Ele então fala que a história de Sherlock também é pertinente para os dias de hoje, por que trata de um homem que está sendo humanizado. Ele diz que Sherlock é ‘’um tipo de robô’’, obcecado de tal maneira por seu trabalho, que coloca qualquer interação real ou qualquer sentimento de empatia em segundo plano. Ele então acrescenta que seu relacionamento com John e as dificuldades pelas quais ele passa na série o forçam a admitir que ele é um ser humano e que ele precisa ser parte do mundo que ele está tentando entender. E que isso então mostra pras pessoas que se sentem de alguma forma excluídas que elas não precisam se sentir assim, que as diferenças podem ser celebradas e que nós não precisamos deixar que elas nos separem ou nos dividam.
Outro entrevistador então pergunta se ele está preocupado com o que está acontecendo nos Estados Unidos e ele diz ‘’não vou chegar perto do que está acontecendo nos EUA, temos nossas próprias merdas com que nos preocupar, sabe? Eu poderia dizer muita coisa, mas, mas seria muita tolice da minha parte’’ e pediu para que o entrevistador interpretasse o que ele disse sobre filmes como um comentário sobre o assunto.
Ele volta para a outra entrevistadora e segue sua resposta dizendo que esses arquétipos são os moldes de como compreendemos a humanidade, que nós precisamos contar histórias. Ele conclui dizendo que ‘’parece que estamos vivendo na era de uma mídia pós-factual, onde tudo é voltado para o que se acredita e não para o que é provado ou estatisticamente correto’’, e que assim a contação de histórias será cada vez mais importante para mostrar o que as pessoas realmente acreditam ser certo e errado, e que ele acredita que algumas das melhores histórias são histórias antigas que estão sendo redescobertas agora.
A entrevistadora agradece e ele agradece de volta, falando que foi um prazer e que ele espera ter respondido a pergunta dela.
E! Live from the Red Carpet
Benedict: Oh meu Deus!
Entrevistador: Doutor S-
Benedict: Você estava lá?
Entrevistador: Eu estava lá!
Foi uma entrada e tanto! Máquinas de fumaça!
Benedict:É, eu sei!
Entrevistador: Eu nunca tinha visto máquinas de fumaça no Hall H!
Benedict: Eu sei, é como estar num show do Jean Michel Jarre em 1997.
É muito desorientador, visto de lá, porque você está atrás dos efeitos, então eu não tinha ideia de como estava lá na frente. Como se o Hall H, como experiência, não fosse extraordinariamente enternecedor e arrebatador o suficiente, todo aquele elemento dimensional que, com sorte, pareceu legal de frente. É…foi simplesmente…é de pirar a cabeça. É legal demais.
Entrevistador: Então, me conta sobre a primeira vez que você vestiu a capa, porque eu amei aquela última cena, em que você faz tipo ‘’shoooooowp’’
Benedict: Sim…..sim….eu estou tão contente que….eu mal posso esperar para que as pessoas assistiam a este filme, quero dizer, ele realmente faz por merecer aquele momento no filme. Demora um pouco, e ele tem sua mente e seu corpo arrebentados pra ca**** antes disso acontecer, desculpe o palavrão.
Entrevistador: Não tem problema
Benedict: Ele vai ficar bem, mas ainda assim, ele realmente, realmente merece esse momento. Com este personagem, é uma maratona, não uma corrida.Ele é construído por situações muito difíceis, mas meu ponto é….sim,quando eu a vesti pela primeira vez, como eu mesmo….você se sente uma criança, quero dizer, eu entendo o cosplay, eu entendo toda essa obsessão com super-heróis, há alguma coisa alegremente infantil e ado-…..realmente meio…arrebatadora e adorável em ser um super-herói.
Entrevistador: O quanto você teve que malhar para o filme?
Benedict: Muito! Eu fiz muitos exercícios de Calistenia, meio que….eu meio que..eu tive, bem, eu não tive um bebê, minha linda mulher, Sophie, que teve, mas eu era um pai de primeira viagem, eu e estava interpretando Hamlet à noite e eu estava ensaiando para Estranho durante o dia e me preparando para o filme, provando o figurino, ensaiando lutas, coordenando com dublês e ensaiando, e sempre que possível, malhando, pelo menos quatro vezes por semana, pelo menos. E isso realmente… todo mundo ficava ‘’como você está fazendo isso junto com todo o resto?’’, mas isso não era um extra, isso era a base, isso me manteve são, porque se eu não tivesse tido aquele foco no físico, meus dias teriam sido inacreditavelmente inalcançáveis. Então, eu amei isso, me fazia muito bem, e é tão importante para o personagem também. Ele é um tipo bonito no começo, mas ele tem que ficar com a forma de um super-herói no final do nosso filme, então sim, ele encara algumas pessoas extraordinárias em situação extraordinárias, então eu disse ‘’esse cara precisa parecer forte, ele precisa parecer…
Entrevistador: Você parece ótimo!
Benedict: ….ele precisa ter um peso…
Então, sim….
Fico contente por você ter falado isso!
Tradução: Gi
Para conferir as partes anteriores, clique aqui, aqui e aqui.
Na entrevista feita pelo Entertainment Tonight, passa um pedaço do painel de Doutor Estranho na SDCC. Se você quiser ver o painel legendado, clique aqui.