Continuando com as traduções das entrevistas que o Benedict concedeu durante a San Diego Comic Con 2016, aqui temos entrevistas feitas por: Access Hollywood, The Anglophile Channel e Marvel. Confira abaixo:
Access Hollywood
Depois a entrevistadora fala do trailer de Doutor Estranho que foi mostrado no painel da Marvel e ele diz que foi maluco porque ele estava no palco e a tela muito perto do rosto dele, e ele teve que mexer a cabeça de um lado para o outro para que ele pudesse ver com os dois olhos. Ele diz ainda que ‘eu vou sentar em uma sala silenciosa quando eu chegar em casa, tomar uma cerveja com a Sophie e dizer ‘vamos assistir? vamos assistir juntos?’ e meio que absorver tudo isso. Eu fiquei sabendo que a reação é boa e pelo que eu pude ver é simplesmente extraordinário.’
Em seguida, a entrevistadora pergunta sobre o encontro dele com o jogador de tênis, Andy Murray, em Wimbledon este ano e Benedict diz que Andy é um homem muito agradável. Ele conta que uma vez recebeu um trote por telefone e pensou ‘Não é o Andy, não é o Andy, é alguém tentando me atrair para alguma coisa.’ e que não caiu e foi checar com o pessoal do Andy. Ele recebeu a resposta de que não era o Andy mesmo que havia telefonado, mas era verdade que Andy gosta dele e que ‘absolutamente ama Sherlock, é um grande fã e adora o seu trabalho e que adoraria que você fosse assistir o US Open ou qualquer torneio.’ Um alegre Benedict conta que foi até Wimbledon este ano e que Andy ganhou em grande estilo. Ele comentou um pouco da partida dizendo que Andy ‘retornava aquela bola, aquele saque impossível, de 140 milhas por hora, mais rápido do que eu jamais estive no solo’ e que Andy não só conseguia retornar acima da rede como também fazer jogadas vencedoras.
Benedict comenta que Andy é frequentemente julgado por não ter o carisma de Connors ou McEnroe mas que ele tem um grande senso de humor, bem seco. Contando sobre o encontro Benedict diz que Andy se iluminou com o troféu nos braços e disse ‘Oh meu Deus Benedict eu sou um grande fã’ e que aquela era a primeira vez que estavam se encontrando em pessoa. Benedict então disse ‘Não, isso é o contrário, esse sou eu, adorando você agora, você acabou de ganhar Wimbledon.’ Por fim, disse que ficou muito comovido com o encontro.
A entrevistadora comenta que Andy queria saber sobre Sherlock e pergunta se Benedict ficou com vontade de contar um pouco mais a ele. Benedict diz que a única pessoa com quem ele se abriu e compartilhou um segredo desse tipo foi para Stephen Hawking quando estava bêbado em uma noite em que os dois beberam margaritas, e então Benedict disse a ele ‘Eu estou fazendo o Khan,’ e ele era a única pessoa que sabia quando o filme estreou. Ele diz que acha que Andy não perguntaria muita coisa, que não queria spoilers e gostaria, como muitas pessoas, de sentar com a família em noite de domingo e se surpreender.
Mudando de assunto para as filmagens de Sherlock, a entrevistadora pergunta sobre o cachorro com quem eles filmaram e que parece ter sido um pesadelo. Benedict ri e diz ‘pobre cachorro, ele é um cachorro adorável mas muito inativo’. Benedict conta que eles deveriam correr atrás do cachorro para garantir que a Mary não fosse levada arrastada pelo asfalto, totalmente o oposto do que estava acontecendo, ele completa dizendo que ‘o cachorro parecia uma estátua, uma linda estátua babando.’
Tradução: Juliana
The Anglophile Channel
1.
Quando a entrevistadora comenta que gosta do chapéu, ele diz ”o chapéu é ok, ele meio que serve uma função. Se ele não está feito, não posso sair por aí com o cabelo do Sherlock, que é meio o que acontece com meu cabelo naturalmente”. A entrevistadora então fala que ele ”totalmente pode” e que acha que ”há mais ou menos um milhão de mulheres por aí que amam o cabelo”, o que leva Benedict a responder, em tom jocoso, que ”elas podem continuar amando, eu não vou dá-lo pra elas”. Ele então continua ”mas sério, aqui é cosplay, aqui outras pessoas se vestem como seu personagem”.
A entrevistadora então começa a fala de cosplay, perguntando quantos Cumberbatchs ele já viu pela comic con e como ele se sente vendo isso. Benedict então fala ”um Cumberbatch literal? Não um Sherlock, ou um Khan?”. Ela então fala ”qualquer dos níveis de Benedict” e ele fala ”oh dos papéis que eu interpretei”, e comenta que conheceu um rapaz chamado Chris, que estava vestindo o casaco de Sherlock, que falou pra ele que estava se sentindo mal com tanto calor, para o que ele respondeu ”Bem-vindo ao meu mundo, Chris. É um inferno”, brincando. Ele então diz que não conseguiu ver ninguém, porque esteve ocupado o dia todo com entrevistas e apresentações, e que mal dormiu, só um pouco enquanto lia as 24 páginas de diálogo que ele tinha que decorar, o que fez a entrevistadora questionar se ele tinha acabado de filmar Sherlock. Ele disse que não, que estava voltando naquela noite para o Reino Unido para continuar as gravações, e que elas terminam em duas semanas.
2.
Marvel
Benedict: Eu não saberia dizer, eu não saberia dizer, depois eu volto nessa. Certamente não é como ir na casa de um amigo. É extraordinário. É totalmente esmagador, pra ser honesto.É muito, muito tocante, aquela quantidade de devoção…sabe, aquelas pessoas esperaram por tanto tempo, que ter energia e simplesmente não cair no chão como uma folha por si só já é um milagre, mas receber aquela onda de amor e apoio e entusiasmo é simplesmente um êxtase. É um êxtase, é incrível. Enquanto tava acontecendo, eu não sabia o que fazer, é muito peculiar. É apenas..é completamente surreal, é realmente surreal. Eu espero, sabe, eu tive um breve momento para agradecer os fãs que fazem aquilo acontecer, é coisa deles. E é isso que faz o Hall H, é isso que cria aquela atmosfera, vem tudo dessa incrível quantidade de entusiasmo pelos filmes e pelo que nós fazemos, pelo universo de quadrinhos da Marvel, pelo universo cinematográfico –
/entrevista é cortada, começa outra em outro lugar/
Entrevistador: Eu acho que dá última vez eu te chamei de ”o homem do momento”, o que você é
Benedict: Estou muito lisonjeado por isso, muito lisonjeado
Entrevistador: Eu preciso te perguntar…nós tivemos você na Marvel há uns…quatro anos ou coisa assim? Por Sherlock ou algo assim?
Benedict: Foi?
Entrevistador: É o que diz na nota para a imprensa
Benedict: Ah sim, a nota pra imprensa, sei
Entrevistador: Acho que você e Steven
Benedict: Se eu sabia naquela época? 4 anos atrás?
Entrevistador: Sim
Benedict: Teve uma conversa com alguém ontem à noite em que me lembraram que quando eu estava falando sobre Khan, até então John Harrison, falaram ”sabe, você seria perfeito para Doutor Estranho, você conhece essa hq? E eu só ”não, não conheço” e ele só ”procura, você seria perfeito”. E todos os jornalistas só falaram ”é mesmo,você seria muito bom para Doutor Estranho”. Eu dei uma procurada rápida e pensei ”ah meu deus, parece um pouco com Sherlock, ele teve um filho com Vincent Price, não sei”. Aí procurei melhor, conversei com outras pessoas, e elas falaram ‘sim, você seria uma escolha bem boa’. E aí começou e cresceu, a ideia se espalhou de alguma forma, talvez porque eu tinha o cabelo escuro como Khan, não era muito diferente do estilo de Doutor Estranho. Mas enfim, encurtando uma longa história, sim, alguém, em algum lugar, teve a ideia. Provavelmente Kevin Feige, assim como com todas as coisas da Marvel. E aí passou, passou, chegou a ser oferecido pra mim e eu dizer ”não posso fazer, porque já estou comprometido com uma peça, eu não posso quebrar minha promessa, e eu quero fazer essa peça, já está tudo arranjado”. E eles só ”ok, tchau”. E eu pensei ”deus, é isso, foi embora”. E foi mesmo, mas aí voltou, e eu estou tão feliz, tão, tão feliz.
Entrevistador: Nossa, isso é incrível
Benedict: Sim, é uma bela jornada
Então, Doutor Estranho. O pelo facial é uma coisa muito importante
Benedict: Sim
Entrevistador: Como foi o processo por trás disso?
Benedict: Muita experimentação. E tem muito pelo facial, quero dizer, o cara deixa o cuidado com a aparência de lado quando decide gastar todo seu dinheiro, tempo e energia tentando reparar suas mãos depois do acidente de carro, então de ter uma barba feita regularmente e ter o cabelo arrumado, ele passa a esquecer de fazê-la, claro que é difícil pra ele se barbear, mesmo que existam barbeadores, eu acho que ele tá com raiva e não tem interesse em parar pra cuidar de si mesmo. Ele está procurando a cura no mundo exterior e não entende que ela deve vir de dentro e tudo mais, e isso reflete na aparência dele. Ele fica com aparência de um homem selvagem, com aquela barba e cabelo. Então são três estágios, as coisas vão ficando cada vez mais ajeitadas, até que ele finalmente pensa ”e se eu…” e aí ele faz o cavanhaque. É legal. Sabe, você passa por vários testes, como em qualquer filme grande, especialmente quando você está recriando um personagem amado dos quadrinhos. Mas sim, está tudo lá, está tudo lá.
Entrevistador: Depois que você pegou o papel, você leu todos os quadrinhos de Doutor Estranho?
Benedict: Não, eu li alguns, eu li alguns.Há tantas versões bonitas, só das histórias de origem, de agora e de antigamente. Então eu li alguns, e depois mais, e depois mais, eu simplesmente não conseguia parar. Eu li todo o catálogo antigo naqueles volumes que a Marvel produz, e toda vez que eu vejo uma cópia original, eu penso ”devo comprar?”. Mas sim, é uma coisa extraordinária, é uma coisa extraordinária, minha base de conhecimento é terrível, porque eu estou lendo tudo muito rápido e em momentos diferentes, eu tenho tanta coisa pra memorizar por causa de Sherlock, então….eu provavelmente, eu provavelmente terei dois meses de férias antes começarmos a divulgar o filme, aí eu provavelmente vou parar um pouco e terminar o que comecei. Mas é ótimo, faz pensar ”nossa, esse personagem pode ir tão longe”.
Entrevistador: Obviamente a Marvel é super segredista, mas o que você pode nos contar sobre Doutor Estranho?
Benedict: Bom, ele é um homem materialista que acha que pode controlar seu destino e que aprende por causa de um acidente de carro que ele não pode. E no processo de tentar conseguir sua antiga vida de volta, ele se dá conta, ou melhor, é revelado pra ele, que não importa o quanto ele tente, ele não pode voltar a ser igual ao que era, e que ele precisa se curar de dentro pra fora. E, então, esse universo enorme, essa outra realidade dimensional é revelada totalmente pra ele. E sabe, ele vem do nosso mundo, ele mora nele, chama de realidade onde todas as ações tem consequências, onde tem uma responsabilidade que você precisa assumir por seu comportamento, e frenquentemente apesar dele ser aquela pessoa, ele age como Deus de um jeito que ele não deveria. Então em parte é o karma que o lança nessa jornada.Ele trata as pessoas como troféus, quer dizer, ele escolhe não atender um paciente porque ele acha que a pessoa vai morrer e isso seria ruim para o histórico dele. O altruísmo que existe no que ele faz se tornou egocêntrico, e tudo é voltado pra ele. E aí o acidente acontece e ele se torna uma vítima, se dá conta do que significa ser um paciente, se desespera, fica incrivelmente depressivo e furioso, volátil, quase perdendo a cabeça. E então é apresentado para o verdadeiro poder que está em suas mãos, a verdadeira possibilidade de cura, e seu verdadeiro propósito na vida, que é um propósito altruísta. E enquanto ele aprende isso, ele aprende as artes marciais, lançamento de runas, os feitiços. Ele é testado. Ele passa por tanta coisa psicologicamente e fisicamente, o que eu posso testemunhar como ator, quer dizer, Kevin Feige disse ”eu não acho que já tenhamos feito um ator passar pela quantidade de coisas que fizemos você passar”. Usarei essa insígnia com orgulho. Foi uma filmagem difícil mesmo, por esse lado, exigiu muito fisicamente. Não só por eu ter que malhar para ficar com o corpo que um super-herói precisa ter, mas por ter que ter energia para aguentar as filmagens longas dormindo pouco, com um bebê em casa para completar, então eu entendi quando ele disse isso, e é verdade, passei por muita coisa. Mas é aquilo, sem esforço não há recompensa. Até mesmo pelo personagem, e eu espero que o filme mostre isso pra vocês, que eu acho que é muito difícil não se importar com ele. Ele começa como alguém que tem tudo, depois perde tudo, e então ele se reconstrói em todos os sentidos possíveis. Essa é a jornada dele.
Entrevistador: Acho que você comentou mais cedo que há bastante comédia no filme?
Benedict: Há muita comédia no filme
Entrevistador: Isso tudo aí não parece ter comédia nenhuma!
Benedict: Não, mas tem, há piadas pelo caminho
Entrevistador: É mesmo?
Benedict: Ele dificilmente perde seu senso de humor, há alguns momentos pesados em que ele está depressivo e furioso, mas também há bastante humor. Não podemos esquecer que ele está levando a audiência para um mundo no qual elas não vão acreditar, em que ele mesmo não acredita. Os nomes das coisas, os procedimentos, os rituais, e simplesmente confiar nessas coisas…quer dizer…ele foi para um culto? que maluquice é essa? O ancião? Sabe, ele é cínico diante dessas coisas, com razão, ele foi programado para duvidar delas. Duvidar do que não pode ser provado, duvidar do que requer fé ou algum tipo de aceitação, e…com sorte a audiência passará por essa jornada com ele. Então algumas dessas colisões entre ocidente e oriente, entre pensamentos e comportamentos, são cômicas, são engraçadas. Elas são engraçadas.
Entrevistador: Muito obrigador por ter um tempo para nós, sempre amamos falar com você
Benedict: É um prazer, obrigado.
Entrevistador: 4 de novembro, Doutor Estranho
Benedict: 4 de novembro, vejo vocês lá
Tradução: Gi
Para conferir a primeira parte, clique aqui.