Benedict concedeu uma entrevista muito bacana para o Philippine Daily Inquirer durante a parada da turnê de divulgação de Doutor Estranho por Los Angeles. Confira abaixo a tradução:
Este ”Estranho” super-herói tem os olhos expressivos de Benedict Cumberbatch
”Sim, eu acordei uma pessoa completamente diferente”, gracejou Benedict Cumberbatch sobre fazer 40 anos este ano. Or ar dele era de seriedade, mas só seus olhos expressivos, acesos de alegria neste segundo, mostraram que ele estava brincando.
Os orbes de Benedict, especialmente enquanto refletem a luz do sol da manhã nesta iluminada cobertura do hotel Montage Beverly Hills, simplesmente exigem atenção.
A frase de para-choque de caminhão, ”Os olhos são as janelas da alma”, parece ter sido escrita com ele em mente. Esses olhos tocantes e intensos também são instigantes na tela, grande (O Jogo da Imitação) ou pequena (Sherlock).
Agora, em Doutor Estranho, Benedict e seus olhos habitam o personagem principal, um ex-cirurgião que sobrevive um terrível acidente de carro. Quando a medicina tradicional não consegue ajudá-lo, ele embarca numa jornada de cura para Catmandu que o leva para o mundo das artes místicas. Strange consegue mais do que ele pretendia – ele adquire superpoderes.
Dirigido por Scott Derrickson, Doutor Estranho também tem Tilda Swinton, Rachel McAdams, Chiwetel Ejiofor, Mads Mikkelsen e Benedict Wong no elenco.
Longe dos sets de filmagens, o ator britânico é marido da diretora Sophie Hunter, com quem ele tem um filho, Christopher Carlton (nascido em 2015).
O casal está esperando um segundo filho.
Trechos da nossa conversa:
Foi interessante ver o poder da mente, ao invés do poder dos músculos, neste filme da Marvel. Apesar de eu ter tirado minha camisa. Eu malhei um pouco. Não, estou brincando (ri). É uma abordagem nova.
Doutor Estranho tem um conhecimento incrível de músicas dos anos 70. Qual é o seu relacionamento pessoal com a música? Não sou nenhum Shazam human. Eu também não compartilho esse superpoder com meu personagem. Mas eu amo música. Como todo mundo, nós compartilhamos o mesmo espectro, de Beethoven ao pop britânico, de Beck a Bach, de Radiohead a Rachmaninoff. Estamos vivendo em uma era maravilhosamente acessível da música.
Doutor Estranho tem uma música do Earth, Wind & Fire quando ele começou. Que música sempre faz você se sentir bem? Tantas. E esquisitas; às vezes, músicas que não deveriam fazer você se sentir bem, porque elas são alertas do que está errado no mundo, como a Burn the Witch do Radiohead. Sigur Rós é outra banda.
Como sua esposa reagiu quando ela o viu em seu traje de Doutor Estranho pela primeira vez? Ela gostou dele. Ela aprovou o cavanhaque também – ela o adorou (ri).
Você pode opinar na fabricação das figuras de ação? Como ator, você pode opinar um pouco sobre a semelhança à sua imagem, porque é com base no seu rosto que eles estão trabalhando, para extrapolar para alguma coisa mais abstrata, como aqueles brinquedos bobble head, que eu acho que foram a primeira coisa de ”merchan” deste filme da Marvel que saiu no mercado.
Lego é Lego, então eu fiquei animado pra ver o que eles fizeram. Mas ver a cabeça de Tilda Swinton – ela era só uma cabeça de Lego sem chapéu – foi muito engraçado.
É uma alegria ver essa realidade meio que de super-herói popular acontecer para seu personagem, também.
Seu Doutor Estranho tem um relacionamento com a capa dele que quase se parece com um romance. Ao invés de qualificar isso com um sim, porque a internet teria um dia e tanto, é um relacionamento de verdade. Você está certo, definitivamente. Eu acho que a capa vai ser transformar num personagem forte.
Então…existe alguma peça de roupa na vida real….Com a qual eu tenho um relacionamento íntimo (ri)?
Aproveitando esse humor, muitos dos seus personagens têm um quê de humor. Isso vem de você ou do roteiro? Se é indistinguível, significa que estou fazendo meu trabalho.
Você controla seu humor nas suas performances? Todos os atores, não importa o quanto você se transforme, você está sempre parcialmente trazendo um pouco de você para seu trabalho. Você é o que você é, e você precisa começar com a tela que você tem. Que é você.
Então, definitivamente, eu acho que meu humor influencia o que eu faço. Mas, igualmente o faz o humor de outras pessoas em minha volta. Felizmente, porque eu trabalho com pessoas muito mais engraçadas do que eu – eu aprendo o tempo todo.
Como sua amizade com Tom Hiddleston começou? Eu conheci o Tom numa festa antes dele vir pra cá para interpretar o Loki. Depois, foi realmente em Cavalo de Guerra que nossa amizade começou. Eu estou ansioso para trabalhar com ele de novo. Então, sim, eu gosto muito dele. Ele é um cara muito bacana.
Você tem a quarta temporada de Sherlock chegando. Vai ficando mais fácil? Nós não faríamos a série, se fosse ficando mais fácil. Os desafios estão sempre além das nossas expectativas como atores. Eu tenho certeza de que posso falar por Martin (Freeman) desta vez e dizer que nós dois lemos esses roteiros e temos a emoção que com sorte a audiência sente quando eles assistem ao episódios pela primeira vez. Vocês terão uma surpresa.
Seus sentimentos em relação ao personagem Sherlock mudaram? Eles mudam com o roteiro. Espere até você ver sob que tensão o relacionamento deles (Sherlock e Doutor Watson) é colocado nesta temporada. É fantástico.
Como foi sua conversa com a Rainha Elizabeth II, quando você foi nomeado um comendador da ordem do Império Britânico no Palácio de Buckingham? Eu estava um pouco assustado, humilde e respeitoso. De verdade, foi um momento muito breve, mas muito lindo.
Seus pais são atores. Eles o inspiraram? Minha mãe (Wanda Ventham) foi uma estrela dos anos 70 na Inglaterra. Ela fez várias séries cult, como The Lotus Eaters. Meu pai (Carlton Cumberbatch) teve uma carreira extraordinária no teatro. Eles interpretaram meus pais em Sherlock e voltarão nesta temporada. Eles continuam sendo as pessoas que eu mais quero agradar na minha vida.
Doutor Estranho começa como um homem científico que termina mágico e espiritual. Como foi sua jornada própria em direção a isso? Eu tive uma oportunidade incrível quando eu tinha 19 anos. Eu fui para a Índia, para a Bengala Ocidental, para lecionar num monastério budista tibetano. Eu era um garoto branco de uma escola particular da Inglaterra.
Foi uma experiência de explodir a mente – parar em Varanasi no caminho e ver as tórridas escadarias na rua, vivazes com a morte assim como com a vida, e tudo que se reúne nessas partes potentes da cultura indiana. E lecionar inglês para monges tibetanos e aprender muito mais com eles e com aquela cultura, é mais do que eu poderia lhes dar como professor.
E revisitar essas coisas neste personagem foi um presente e uma ótima lembrança também, sem contar estar no Nepal de novo, onde nós tiramos uma folga na época em que eu estava lecionando. Então, sim, isso definitivamente reabriu essas coisas que começaram na minha juventude. E isso é uma coisa ótima.
Quando você relembra a jornada, você se considera sortudo ou você teve algumas dificuldades? Ambos, definitivamente. Um bom bocado de sorte. Mas trabalhando incrivelmente duro com cada pitada de boa sorte que eu recebi, para aproveitá-la e capitalizar minhas próprias oportunidades. Eu sempre fiz isso durante toda a minha vida.
Tradução: Gi | Fonte