A edição de outubro da revista Total Film traz uma matéria de destaque sobre Doutor Estranho. Confira abaixo a tradução e os scans:
LANÇANDO UM FEITIÇO
Doutor Estranho | Marvel reúne um grupo incrível para sua viagem mais alucinante até agora.
Por Matt Maytum
”Nunca houve qualquer limitação para a esquisitice pela qual eu estava me esforçando e que eu acho que os quadrinhos representam”, ri o diretor Scott Derrickson, contando à Total Film que ele teve total liberdade para ir tão “exagerado” quanto necessário com Doutor Estranho. ”Uma coisa que você deve dizer sobre a Marvel é que eles tanto não são escravos do material de origem quanto, eu acho, muito bons em reconhecer o que faz cada quadrinho em particular ser ótimo”.
Doutor Estranho é, claro, o próximo episódio no Universo Cinematográfico Marvel, que está em constante expansão, e teve o lugar de destaque na apresentação da gigante do entretenimento na Comic-Con em julho. O filme conta a história do doutor titular, um arrogante neurocirurgião que cai do seu pedestal no topo do mundo quando um acidente rouba dele a utilidade de suas mãos. Procurando redenção e esclarecimento, ele embarca numa jornada de descoberta quando ele é ensinado a destrancar os segredos da mágica e das dimensões alternadas (cenas reveladas até agora parecem um pouco com A Origem rodado através de um caleidoscópio).
“É uma história de origem”, Derrickson confirma, “e a origem dele é uma realmente boa. E eu acho que o filme precisava contar essa origem para poder se investir no personagem.Mas também, uma pouco de familiaridade era necessária, levando em conta a incrível esquisitice na qual o filme se mete”. Se Doutor Estranho promete ser o passo mais ousado e doido da Marvel desde fazer um guaxinim e uma árvore serem estrelas principais, seu elenco sem dúvidas atrai clientes que não normalmente não estariam interessados em misticismo alucinante. Com quatro indicados ou vencedores do Oscar entre os jogadores principais, Derrickson conseguiu uma tremenda escalação (”Eu não sei o que eu fiz numa vida passada para merecer este elenco…”).
Liderando o filme como Strange está o constantemente popular Benedict Cumberbatch (sempre um favorito da Comic-Con), que usa o cavanhaque grisalho característico do Feiticeiro Supremo e seu sotaque americano. O ator admite que a história de origem – que teve algumas partes tiradas dos quadrinhos, algumas não – é bem nova, mas radia quando discute a trajetória épica do personagem. ”Esse é um arco fantástico sobre o que esse personagem passa. É uma história sobre ele descobrindo que ele não sabe de nada: ele está apenas começando a entender do que nossa realidade trata”.
Junto de Cumberbatch na parte do mundo real da história está Rachel McAdams como Christine Palmer, uma doutora e colega de Strange. ”Nós fomos, hum, amigáveis num momento de nossas vidas”, diz McAdams, com Cumberbatch cortando para confirmar, ”Nós temos uma história”. ”Nós trabalhamos no mesmo hospital”, continua McAdams. ”Eu o vejo passando por esse arco: Eu sei que há um Stephen antes e um Stephen depois dele embarcar nessas jornada espiritual”.
No lado do domínio mágico, Chiwetel Ejiofor interpreta Karl Mordo, uma figura que é mais ambiciosa no filme do que ele é nos quadrinhos, onde ele é mais para o lado de vilão típico. Derrickson escalou o ator de 12 Anos de Escravidão devido a sua habilidade de interpretar personagens ”que tem muitas entrelinhas e pensamentos e sentimentos escondidos…esse é o tipo de personagem que Mordo é”. Mordo é uma das principais pessoas que ajudam Strange a destrancar seus poderes. ”Eles têm um relacionamento interessante”, reflete Ejiofor. ”Mordo se torna uma verdadeiro mentor”.
Também guiando Strange em sua busca está o Ancião, interpretado aqui por Tilda Swinton apesar de ser um homem tibetano nos quadrinhos. “O Ancião é um título”, confirma Swinton, “E todas as coisas que o Ancião faz e transmite e desvenda das pessoas, qualquer um pode fazer… Trata-se do que está dentro, então é tipo super, super, hippie, fabuloso, espaçado.” Também guiando Strange está outro praticante das artes místicas, Wong, interpretado por outro britânico, Benedict Wong (Perdido em Marte). “Eu não estava confortável em ser o servo que faz chá”, Wong admite. “Estamos trazendo ele a uma atualização moderna e estou morando felizmente como o mestre das artes místicas e o sargento de treinamento.”
E, é claro, toda história de super herói precisa de um antagonista, e Doutor Estranho tem Mads Mikkelsen como Kaecilius. “Este personagem não está nos quadrinhos”, Mikkelsen explica. “Como todos os bons vilões, eu tenho que acrditar no que eles fazem. Meu personagem acredita em um mundo melhor… Definitivamente ele não é um vilão no senso clássico.” Derrickson concorda. “Ao contrário de um monte vilões de super herói, ele é um homem de ideias… Eu gosto de vilões que têm ideologias que os movem, ao invés da simples busca pelo poder.” Se algum blockbuster de quadrinhos será movido por ideias este ano, parece que nós o achamos.
Doutor Estranho estreia neste outono
Esse não é o detetive?
O outro super astro cerebral de Cumberbatch, Sherlock, faz um retorno…
“Você não pode fazer um show sobre um gênio que não aprende”, afirma o cocriador de Sherlock Steven Moffat, prometendo outro arco interessante para Cumberbatch nos próximos meses, com a quarta temporada marcada para ir ao ar em 2017. Moffat e o cocriador Mark Gatiss não podem ser acusados de sugarem Sherlock: nos últimos seis anos nós só tivemos 10 episódios (reconhecidamente longas-metragens), incluindo o especial de Natal.
“Nós tentamos muito pelos últimos seis anos continuar evoluindo, e a grande coisa sobre fazer episódios longa-metragem de 90 minutos [é que], percebemos muito rapidamente que tivemos que dar a eles uma escala real, e você tem que passar os personagens pelo espremedor emocional”, Gatiss diz do próximo tríptico de episódios. A série retomará com Moriarty ainda causando estragos do além-túmulo, e um novo vilão na cena: Toby Junes interpretará um malvado do cânone de Arthur Conan Doyle.
Os detalhes do roteiro estão atualmente trancados nos palácios mentais de Moffat e Gatiss, mas parece que o super detetive está em uma jornada dos diabos, e ele parece barbado e sitiado na metragem teaser. “Um monte de coisas voltam para o poleiro”, Cumberbatch revela. “É uma verdadeira montanha-russa emocional esta temporada, e as curvas de aprendizado são enormes. Há piadas… também há algumas lágrimas.”
Sherlock vai ao ar no ano que vem.
Tradução: Gi e Aline