Leia abaixo a tradução da entrevista com Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, para a revista SFX, na qual fala sobre o filme Doutor Estranho. Os scans já estão na nossa galeria!
Os Caminhos do Seu Mago
Poderia ser magia? Enquanto o mestre das artes místicas da Marvel chega à telona em Doutor Estranho, o presidente do estúdio Kevin Feige nos leva ao plano astral…
“Nós temos um elenco que eu acho que tem mais prêmios e mais indicações a prêmios do que qualquer elenco que já reunimos”, diz Kevin Feige, o produtor do que pode ser o filme mais audacioso, mais ambicioso — certamente o mais desafiador da realidade — da Marvel até hoje. “O fato de que todos eles estão dispostos a se vestirem e entrarem neste mundo muito alucinante conosco é um testamento ao nosso diretor Scott Derrickson e ao material de origem de onde ele vem”.
Com Benedict Cumberbatch no papel título, Doutor Estranho leva o Universo Cinemático Marvel ao próximo nível de estranheza, lançando um feitiço que desbloqueia as possibilidades sobrenaturais da máquina de franquias blockbuster. É um filme que tem uma fidelidade de um olhar de fã aos quadrinhos — assim como a criação original de Stan Lee e Steve Ditko, o Strange do cinema começa como um cirurgião arrogante e egoísta, viajando ao Oriente na procura de segredos antigos para curar ferimentos sustentados em um terrível acidente de carro — mas mira explorar novas dimensões de narrativa, também.
“Nós temos esta grande jornada deste personagem deste cirurgião arrogante a alguém que precisa colocar seu ego de lado e abraçar esta nova realidade sobre a qual aprendeu”, diz Feige. “Ela provavelmente tem a melhor história de origem de qualquer personagem da Marvel”.
As Névoas de Munnopor estão clareando… O doutor verá você agora!
Como é a sensação de finalmente empurrar o Universo Marvel ao gênero sobrenatural?
Eu estive falando sobre Doutor Estranho por muitos, muitos anos. É algo que nós queremos fazer por muito tempo porque representa um aspecto inteiramente novo ao Universo Cinemático Marvel para nós. Assim como nos quadrinhos, Doutor Estranho lida com direções paralelas, dimensões alternativas e o multiverso, o que abre uma área inteiramente nova de narrativa para nós. Existem essas narrativas de nível de rua do Universo Marvel que nós vimos em muitos filmes. Existe o nível cósmico para onde Thor e Guardiões e Os Vingadores nos levaram mas sempre houve um lado sobrenatural muito importante dos quadrinhos da Marvel, e nós não tocamos nele. E Doutor Estranho e nosso ponto de entrada perfeito para ele.
Como o sobrenatural funciona no Universo Cinemático Marvel?
Na mitologia Doutor Estranho, o sobrenatural tem suas bases na física e na teoria das cordas e na mecânica quântica, e se você até sabe um pouco de qualquer uma dessas coisas pode bem ser magia; pode bem ser inacreditável como dimensões paralelas — a noção de que poderia haver outra dimensão agora mesmo em cima da gente da qual não sabemos. Poderia haver vários mundos. Poderia haver energias desses mundos derramando para o nosso próprio mundo. Então, Doutor Estranho se trata de facção de pessoas que se referem como magos que estão cientes disso e que podem explorar isso, e que podem nos defender de certas coisas que querem vir na forma dessas outras dimensões. Mas eles também podem utilizar os poderes disponíveis dessas outras dimensões para nos ajudar aqui na Terra e no nosso próprio reino.
O que isso dá a vocês como cineastas?
O que ele faz é dar uma viagem estilo Matrix/A Origem/Miyazaki de dobrar a mente à MCU. Olhe o que Steve Ditko fez naqueles quadrinhos originais do Doutor Estranho. Nós pegamos aquilo e traduzimos a uma sequência de ação de um filme blockbuster gigante.
O que Benedict Cumberbatch traz ao papel de Stephen Strange?
Você precisa de um ator espetacular para este papel e o fato de que Benedict Cumberbatch concordou em fazer isso e estava tão empolgado e entusiasmado a interpretar este personagem como qualquer outro ator que se juntou ao nosso universo foi enorme para nós. Ele foi alguém que era um protótipo para nós e este personagem por muitos anos enquanto o desenvolvíamos. Ele veio para algumas reuniões e antes que eu pudesse dizer ele diz, “Doutor Estranho?” e nós dissemos, “Sim”. Foi um pouco de uma jornada chegar lá mas o fato de ele embarcar é um dos maiores prazeres de trabalhar aqui. Ele é ótimo.
Você tirou o Barão Mordo, um vilão clássico dos quadrinhos originais. Como ele se encaixa na história que você está contando?
Mordo, interpretado por Chewitel Ejiofor, é um mentor neste filme. Mordo é um melhor amigo para Stephen Strange. Ele passou antes pela jornada pela qual Strange está passando, e age como um dia para Strange quando ele chega a essa instalação. Ele o apresenta à Anciã que é a principal professora desta organização. Mordo é um cara legal e normal e de certa forma se torna um parceiro para Strange. Ele é um cara bom durante o filme inteiro e isso é um tanto diferente do Mordo nos quadrinhos. O Mordo nos quadrinhos é o arqui-inimigo dele e é alguém que tem ciúmes de Strange de sua chegada inicial à esta escola. Mas não queríamos fazer isso; é muito previsível.
Você está homenageando o figurino clássico de Steve Ditko para Doutor Estranho?
Doutor Estranho tem um figurino muito único com um colarinho bem alto e uma capa vermelha, baseado nas vestes antigas dessa organização que ele se encontra. E sim, nosso time incrivelmente talentoso de desenvolvimento visual utilizou tudo isso como base para o que Doutor Estranho vestiria. Tinha que ser icônico. Tinha que ser muito diferente de qualquer outro Vingador porque Doutor Estranho irá muito provavelmente se encontrar um dia ao lado de Tony Stark, próximo de Thor, próximo dos outros Vingadores. Então, nós queríamos que ele fosse parte do time principal, mas mesmo assim completamente individualizado e independente de qualquer outro.
O que Scott Derrickson traz como diretor?
Scott tem um grande corpo de trabalho, e assim como Joe e Anthony Russo, Joss Whedon, Jon Favreau, Kenneth Branagh, os melhores cineastas que nós trabalhamos não necessariamente fizeram um filme exatamente como nós pedimos a eles. Mas eles fizeram o bastante e mostraram ser incrivelmente talentosos. Eles têm visões únicas e amor pelo filme e amor por ampliar as fronteiras do que um filme pode ser. Se você olhar para o trabalho de Scott desde seus primeiros filmes até os mais recentes, ele está sempre brincando com o gênero. Ele está sempre derrubando o gênero. Algumas vezes ele atinge direto, outras ele dá uma reviravolta. Isso é exatamente o que nós amamos fazer na Marvel.
O que o mundo de Doutor Estranho dá para o público em termos de experiência na telona?
Isso é uma viagem mental que compete com qualquer viagem cinematográfica que já foi feita antes, e é diretamente tirada das imagens dos quadrinhos. Steve Ditko é um dos maiores artistas da Marvel da história, e é incrível que nós agora podemos pegar o que ele fez nos meados dos anos 1960 – essas imagens alucinantes dos quadrinhos- e coloca-las nesse grande espaço tridimensional de uma tela de cinema. O MCU prosperou para nós nos estúdios da Marvel. Nós só pegamos o que é ótimo dos quadrinhos e descaradamente e sem medo jogamos na tela. Há imagens e sequências em Doutor Estranho que as pessoas já estão chamando de as viagens mais impressionantes que eles já viram em um filme. Esse foi nosso desafio, e é o que achamos que o time se superou.
Entrevista com Rachel McAdams:
Rachel McAdams é a Doutora Christine Palmer
Qual é a relação entre seu personagem e Stephen Strange?
Eu interpreto uma médica de trauma da área de emergência que é especialista em cirurgia torácica, no Hospital Metropolitan, em Nova York. Stephen é um neurocirurgião muito famoso e bem-sucedido no mesmo hospital que ela trabalha. Eles são ex-namorados quando entramos na história. Então nós iniciamos no término do relacionamento deles, o que é um pouco diferente. Não é uma clássica história de amor, o que eu achei bem interessante.
Você pesquisou seu personagem nos quadrinhos?
Eu li alguns dos quadrinhos. Scott Derrickson, o diretor, me direcionou para “The Oath” em particular. Ele achou que esse seria de grande ajuda para meu personagem. Ela ainda não está realmente no mundo de super-heróis nesse filme. Ela está no mundo real, no hospital e no campo da medicina. Para mim foi interessante conhecer Strange nos quadrinhos e ver para onde meu personagem possa estar indo.
O que um elenco como esse traz para um projeto da Marvel?
Simplesmente eleva tudo e poder trabalhar com todos esses atores incríveis eleva o nível e permite que o público entre mais nas coisas e suspende a incredulidade. Tilda está incrível como Anciã. Ela é realmente extraordinária. Você não consegue tirar os olhos dela e o mesmo com Benedict. Sua transformação em Strange é extraordinária.
Entrevista com Mads Mikkelsen:
Mads Mikkelsen é Kaecilius
Como você foi abordado para fazer esse filme?
O diretor Scott Derrikson, me mostrou e ele disse “mágica e kung fu voando.” Eu disse “segure aí. Eu estou dentro.” É um mundo de fantasia de um garoto de 15 anos. Tudo que já sonhamos quando éramos crianças é o que estamos fazendo nesse filme.
Quem é Kaecilius?
Ele faz parte do Kamar-Taj mas tem um ponto de vista diferente. Se a maioria está procurando a verdade aqui, ele está procurando lá. Então ele se vê do lado errado do rio, em certo sentido. Ele acredita que se ele for por esse caminho, o mundo será muito mais bonito e todas suas perguntas vão ser respondidas, eventualmente. Ele está tentando, como qualquer um, fazer esse mundo ser mais bonito e que faça sentido. Ele acredita que é aquela porta lá e não a porta que todos os outros estão abrindo.
Por que Cumberbatch é uma escolha certa para Strange?
Ele é a escolha perfeita no sentido que Strange é um personagem que se transforma de uma coisa para outra e Benedict tem a habilidade de fazer isso. Ele consegue ser muito físico e direto. Mas ele também consegue ser muito intelectual. E ele também consegue interpretar alguém muito arrogante. Esse personagem tem uma boa quantidade de arrogância no começo do filme e sua jornada é obviamente para entender para qual propósito essa arrogância está servindo.
Tradução: Aline e Juliana