Mais uma entrevista do Benedict que chega após sua indicação ao Emmy Awards 2018! Desta vez, foi concedida ao jornal The New York Times. Confiram a tradução abaixo:
Benedict Cumberbatch fala sobre sua indicação ao Emmy por trazer Patrick Melrose à vida
Por Sopan Deb
O mundo ouviu primeiro no Reddit: Benedict Cumberbatch declarou seu interesse em interpretar Patrick Melrose durante uma entrevista “Pergunte-me Qualquer Coisa” que ele fez em 2013.
Logo o rumor correu que ele tinha nomeado Melrose — o protagonista de cinco romances semiautobiográficos do escritor britânico Edward St. Aubyn — como o personagem literário que ele mais queria interpretar a seguir, e logo, isso veio a ser concretizado: Cinco anos depois de dizer à internet que ele queria interpretar o papel, o Sr. Cumberbatch recebeu uma indicação ao Emmy na quinta-feira por melhor ator em uma série ou filme limitado por seu papel em “Patrick Melrose”, uma série de cinco partes do Showtime.
Da narração do próprio Sr. Cumberbatch, foi um dos papéis mais difíceis que ele já interpretou: um humano espirituoso e brilhante mas sombrio que sofre dos efeitos do alcoolismo, vício em drogas e abuso infantil. Também houve a pressão inerente de adaptar o que ele chamou de “alguma da prosa mais alarmante do século XXI”.
Mas o Sr. Cumberbatch não é desconhecido a papéis desafiadores. Em uma ligação de Londres, ele discutiu por que o papel foi de grande interesse a ele.
Você falou sobre “Patrick Melrose” ser um papel dos sonhos para você. Por que este personagem foi tão atraente?
Houve muitos atrativos, mas primariamente, eu acho, é a jornada na qual ele embarca. É o escopo das circunstâncias extraordinárias de um homem e a mudança de alguém que começa como uma vítima de abuso infantil e recai a um vício em drogas, e o trauma contínuo perturbando qualquer estabilidade dentro de sua própria família.
Finalmente, ser capaz de implantar o equipamento especial necessário para se extrair dessa gravidade para se tornar alguém que sobreviveu e vai ser integrado à sociedade em um caminho positivo com amor e confiança. Os fantasmas ainda estão lá, mas ele pode viver com eles porque ele vai fazer alguma coisa boa com sua vida. Existe uma profunda atração ao papel porque é uma jornada e tanto na qual ir pelos padrões de qualquer ator. E aí acima disso, você tem a forma mais bonita nos livros e na estrutura de episódios que David Nicholls manufaturou. [O Sr. Nicholls escreveu o roteiro.] Você tem a sagacidade mais intensa, acerba e deslumbrante e você tem isso mudando da alegria à profundidade ou tragédia em uma batida de coração.
Os romances têm uma prosa tão distinta. Ao começar a se preparar para o papel, você se sentiu intimidado quanto a trazer essas palavras à vida?
Claro, porque algumas das conquistas mais profundas dos livros são deflexões ou metáforas ou reflexões acerca da condição humana, ou um aspecto peculiar de uma experiência extrema. Nem todos podem ser transformados em diálogo ou ação, ou no tipo de coisas que movem a narrativa.
Você fica nervoso em relação ao que você está contraindo. Você fica nervoso em relação ao que você está perdendo na prosa. Você precisa entrar numa nova forma de arte, que é a adaptação, e se apoiar naquele adágio de que uma imagem vale mais do que mil palavras.
Sim, é assustador, mas é um ótimo desafio para ter.
Em que tipo de estado mental você precisou estar para interpretar alguém tão atormentado?
Bastante claro. Essa é a questão com ele. Há alguma coisa intrinsecamente teatral em relação ao papel – repito, esse talvez seja um dos atrativos principais. Quando você está se tratando, existe esse vasto e doloroso nada. Há mudanças muito, muito específicas no tom em cada desafio episódico.
No que diz respeito aos aspectos técnicos, qual droga estava agindo nele, qual estímulo ou falta dele, isso foi uma coisa que eu tive que traçar cuidadosamente, com pessoas que foram profundamente honestas sobre suas próprias experiências com drogas e álcool. Eu tentava atuar para elas antes de gravar, falando: “Estou na zona certa? Estou na área certa?”. Elas ajudaram muito, muito. Eu me apoiava nelas.
Obviamente, você não vai me contar nada sobre o final de “Os Vingadores”. Você pode pelo menos me falar isso: Você se surpreendeu com o final do último filme? O suspense gerou bastante discussão.
Eu fiquei extasiado. Extasiado, extasiado, extasiado e extasiado com a proposta do segundo filme. E extasiado com a ingenuidade da coisa toda. E estar com o público e vivenciar aquele final foi uma coisa e tanto. Eu fiz parte de “Sherlock”, com um suspense entre temporadas muito famoso. É uma coisa muito corajosa para filmes que são grandes, ousados e coloridos.
Tradução: Aline e Gi | Fonte