Por conta da estreia de Patrick Melrose na França ontem, saiu uma entrevista novinha do Benedict sobre a série, concedida ao site Télé-Loisirs. Confiram abaixo a tradução:
Tendo se tornado uma estrela de cinema incontestável com filmes diversos como O Quinto Poder, O Jogo da Imitação ou ainda Star Trek e Doutor Estranho, Benedict Cumberbatch ainda continua sua carreira na televisão, apesar de seus vários sucessos de bilheteria no cinema. O herói da série Sherlock se colocou na pele de Patrick Melrose numa minissérie adaptada dos romances de Edward St. Aubyn que estreia no Canal + nesta segunda-feira, 25 de março. Ele encarna um aristocrata inglês, mulherengo, alcoólatra e narcisista criado numa família disfuncional. Benedict Cumberbatch falou sobre este personagem atípico conosco:
Télé-Loisirs: Foi difícil interpretar um personagem tão complexo e intenso quanto Patrick Melrose?
Sim, mas eu acho que é justamente essa a beleza de uma série como esta. Qualquer ator acharia magnífico o material disponível para interpretar esse papel. Dito isso, é extremamente cansativo interpretar um homem de 55 anos cuja infância foi devastada pelos abusos constantes cometidos por seu pai, pelo vício e por sua autodestruição.
Era difícil deixar o personagem no vestiário após cada dia de filmagem?
Eu sempre me certifico de que não estou levando meu trabalho para casa. Desta vez, encontrei dificuldades em esquecer Patrick Melrose. Foi difícil virar a página. Interpretar esse personagem gerou um impacto grande tanto no meu físico quanto no meu psicológico. Devo admitir que quase enlouqueci por interpretar Patrick Melrose!
Você sofre de algum vício na sua vida pessoal?
Não, não sou viciado em nada. Mesmo quando criança, eu não era muito interessado em jogos ou quadrinhos. Eu sou até mesmo incapaz de lhe dizer se eu era fã de alguma série de televisão em particular. Talvez meu único vício seja minha vida de torcedor do time inglês de futebol Arsenal (ele ri). Ao contrário de Patrick Melrose, tive a sorte de ter uma infância extremamente saudável, feliz e equilibrada; Pais maravilhosos que me protegeram.
Parece que o telefilme Brexit, no qual você trabalhou, foi muito importante pra você?
Sim, eu achei que foi um projeto interessante para o público em geral. Eu gostei demais de Brexit, porque ele tem toda a seriedade necessária, mas também toda a loucura que esse evento provocou no meu país. Não cabe a mim julgar, mas, na minha opinião, Brexit mostra todo o horror e toda a tragédia que estão afligindo meus compatriotas.
Hoje você é um homem tranquilo e pai de família (casado com Sophie Hunter e pai de Hal, nascido em 2017, e Christopher, nascido em 2015). Você tem a impressão de que você mudou após sua vida ter se transformado assim?
Desde que comecei uma família, decidi que não falaria dos meus filhos. Eles não escolheram serem expostos assim e esta é a razão pela qual eu tomei a decisão de protegê-los criando, de certa forma, meu próprio jardinzinho secreto.
Fonte | Tradução: Gi