Mike Ryan, do site UPROXX, teve a oportunidade de entrevistar Benedict pela segunda vez e fazer uma pergunta que não conseguiu fazer durante a divulgação de Além da Escuridão: Star Trek. Além disso, o ator falou de O Grinch e a reação a Vingadores: Guerra Infinita. Confira:
É sempre surpreendente como Benedict Cumberbatch pode ser engraçado em um cenário de entrevista. Ele gosta de ficar um pouco “triste”, acrescentando um “filho da puta” do nada à conversa que você certamente não está esperando a respeito de um filme de festas animado sobre o Grinch. (Cumberbatch também acrescenta que se coubesse a ele, O Grinch seria “classificação 18 anos” e eu acho que ele estava só meio brincando.) Esta adaptação do favorito de Dr. Seuss explora um pouco mais do que faz do Grinch o Grinch. E como, como uma criança órfã, as pessoas de Quemlância não pareciam se importar muito com ele, então isso provavelmente não vai ter um efeito duradouro em alguém.
Por sorte desta vez, Cumberbatch pôde falar sobre o personagem que estava interpretando, ao contrário da última vez em que eu tinha falado com ele, para Além da Escuridão: Star Trek, onde o assunto de Khan estava fora da mesa. Cumberbatch fez minha vontade já que eu finalmente consegui fazer uma pergunta das minhas anotações daquele dia em que não pude perguntar na época. Também, agora que a poeira baixou em Vingadores: Guerra Infinita (literalmente), Cumberbatch nos leva através do que foi para ele assistir Doutor Estranho e todos os outros personagens virar flocos ao nada.
E como um bônus, se aconteceu de você estar assistindo ao Today semana passada, pode ter percebido que foi um segmento, bem, embaraçoso. (A história resumida, um menino foi levado que não estava interessado em todos os presentes d’O Grinch que recebeu e ficou ainda menos empolgado em encontrar Benedict Cumberbatch.) Bom, a boa notícia é que tem um final feliz.
Eu entrevistei você uma vez. Foi para Além da Escuridão: Star Trek. E foi estranho porque antes da entrevista me disseram que você não podia responder nenhuma pergunta sobre quem você estava interpretando.
É, eu sei.
Então eu olhei para minhas anotações antigas e acontece que estive esperando cinco anos para eu fazer essa pergunta para você.
Tipo, “Quem você está interpretando?”
Aqui está o que eu tinha escrito, então risquei: “Como foi interpretar Khan?”
[Risos] Foi ótimo. Foi ótimo mesmo. Foi tão divertido.
Esperei cinco anos para te perguntar isso. Obrigado.
Você tem que perder sua virgindade disso. De nada, a qualquer hora.
Então com O Grinch, você vai e diz, “Ei, eu acho que posso fazer um ótimo Grinch.” Ou chegam até você e dizem, “Queremos que você seja o astro deste filme. O que você tem em termos de vozes?”
É, eles vieram até mim, e eu estava mais do que feliz em compelir. Quer dizer, para mim, foi um pedido muito incomum, para começar, o que é imediatamente intrigante.
Faz sentido.
Foi fora do comum até que disseram, “Oh, poderia fazer isso com sua própria voz?” E eu disse, “Oh, certo, eu interpretei alguns outros personagens ingleses socialmente desajeitados e talentosos, mas por vezes muito rudes. Então agora eu meio que entendo porque eles podem querer que eu faça isso”. Eu fiquei muito lisonjeado, e depois voltei atrás e disse, “Tem que ser um sotaque americano do meu ponto de vista”.
Por quê?
Havia perguntas demais sobre este personagem. Por que ele é verde? Por que todos os outros tipo/meio que não são? E por que ele é todo peludo e os outros não? Então acho que ele não deveria ser inglês também, mas eu pensei não só tematicamente um cara mau. Sabe?
Seria outra coisa que o faz diferente.
Esta é a primeira vez que interpretei um protagonista em uma animação. E é muito trabalho por um período de tempo muito longo, então você tem que ter um ator que vai estar interessado em fazer isso. Claro, houve sessões que me deixaram um pouco Grinchy, porque eles tinham acabado de sair de um feriado. Ou eles estava no meio de um trabalho num fim de semana ou algo assim, e eu ficaria Grinchy quanto ao agendamento.
Quantas vezes você está dizendo “Grinchy” atualmente?
Não muitas. Embora alguém me disse recentemente, “Não seja um Grinch”. E eu disse, “Não, filho da puta, eu sou o Grinch”.
Estranhamente, essa fala não está no filme.
Não, o “filho da puta” foi cortado. Tem razão, foi. Não ficou no filme final.
Com esta rendição, eu me achei meio que do lado do Grinch. Eu gostei da perspectiva dele.
Eu consegui ver as outras duas iterações do personagem, porque obviamente não vi antes. E o filme do Jim Carrey certamente não estava no meu radar como um rapaz de 20 e alguma coisa quando ele saiu. Na Inglaterra, isso não era tanto uma instituição como nos States. Tenho certeza que o do Jim Carrey é exibido todo ano.
Acho que não é tão exibido assim para ser sincero.
Acho que era por um momento?
Faz tempo que não vi.
Eu acho que Scrooge é mais para nós. É a versão atualizada do Bill Murray que eu absolutamente adoro, porque afinal de contas é o Bill Murray.
Isso é verdade, Os Fantasmas Contra Atacam passa bastante.
Esse e Duro de Matar.
Sim, Os Fantasmas Contra Atacam e Duro de Matar, esses são os dois grandes filmes de Natal.
Para mim são de qualquer forma, adoro eles. Não consigo lembrar por que esta conversa começou?
Bom, eu ia apontar que acho que as pessoas de Quemlândia precisam dar uma longa olhada no espelho, porque elas trataram mal o Grinch.
Acho que não estavam cientes. Acho que essa é a coisa, os Quem precisam do Grinch, e o Grinch precisa dos Quem. Não são polaridades de bem e mal. São áreas meio que cinzas adoráveis, e é por isso que você deveria sentir por um personagem, eu acho, o Grinch, de uma maneira. E você deveria conseguir gostar das maldades dele.
E linguagem mais dura.
É, muitos “filhos da puta”, e coisas assim. Sim, se coubesse a mim teria tido classificação 18 anos.
Eu me diverti com você em muitas, muitas coisas durante os anos. Mas uma das minhas performances favoritas foi quando você estava no programa Today semana passada. Aquela criança não ligou para aqueles presentes ou em conhecer você.
Que merda!
Você se saiu dessa tão bem.
Não sei se saiu.
Oh, eu achei que você lidou bem com aquilo.
Lidei?
Você literalmente disse, “Uau”.
Eu literalmente senti que minhas bolas estavam em exposição. Fiquei tão envergonhado.
Eu achei que lidou muito bem.
E eu fiquei envergonhado pelo menino também. É tipo, sabe: Ele ficou aterrorizado e parecia um pouco fatigado, então eu meio que pude simpatizar com isso. Eram as três regras douradas: não trabalhe com animais, crianças ou neve falsa – e a estavam soprando no meu rosto às 8h30 da manhã também, então foi um pouquinho demais. E sabe, você tem que ser capaz de descrever um filme em tipo cinco frases, no qual como você ouvir dessa entrevista sou uma porcaria. As pessoas dizem, “Por que você não usa rede social?” E eu digo, “Porque sou horrível nisso. É uma perda de tempo, e eu jamais conseguiria ter alguma coisa em 240 caracteres.”
Aquele menino não estava tão interessado em conhecer Benedict Cumberbatch.
Eu sei, coitado do menino. Mas sabe de uma coisa? Ele estava lá no dia seguinte na premiere e estava dançando.
Oh, veja, isso é ótimo.
E eu me aproximei dele e demos um high five. Tivemos uma dança e um abraço e ele disse, “É, eu fiquei um pouquinho assustado”. Coitado, ele estava. Ele estava apavorado. E eu disse, “Você gostou do filme?” Ele disse, “Sim”. E u rosto dele se iluminou. A mãe dele correu a Maratona de Nova York hoje.
Oh, estávamos assistindo à maratona. Tenho certeza que ela passou por nós.
Oh, então você estava literalmente assistindo?
Sim, nós moramos na 1st Avenue. Vimos Teri Hatcher correndo, de todas as pessoas. Minha namorada ficou tipo, “Eu acho que aquela é a Teri Hatcher”. E ela a ouviu e se virou e acenou. Foi legal.
Ela acenou mesmo? Oh, isso é muito doce. É a Lois Lane!
Então agora que já fez alguns meses, qual foi sua reação à reação de Vingadores: Guerra Infinita? Eu lembro que na minha exibição para a imprensa as pessoas estavam gritando “Não!”
Oh, fala sério?
Aquilo foi alguma coisa.
“Este é meu maior arrependimento daquela época toda, é que eu não bisbilhotei para ver a reação das pessoas. Eu queria tê-lo feito. Queria mesmo ter feito aquilo. E eu acho que foi uma turnê de imprensa tão longa que quando minha família me levou para casa eu estava bem e verdadeiramente de férias e com eles. Ou eu estava trabalhando? Puxa, nem consigo lembrar mais. Acho que tive uma pequena pausa e depois estava embarcando em um teledrama sobre o Brexit. Mas sim, é o meu maior arrependimento daquela experiência inteira. E não há tantos arrependimentos, porque foi uma viagem selvagem. Quero dizer, vender aquele filme não podendo dizer nada. Mas os lugares para onde conseguimos ir — e foi muito legal. Eu conheço outras pessoas que fizeram isso. Acho que Tom Holland o fez. Sei que Mark Ruffalo levou seus filhos, porque ele então nos contactou pelo FaceTime do cinema.
Isso é ótimo.
Os amigos dos filhos adolescentes dele estão correndo nos corredores dizendo, “Não, o que está acontecendo!?!?” O universo tinha ruído ao redor deles, o que é muito cruel, mas meio que muito divertido. Sabe o que eu quero dizer? É ótimo que a narrativa em um filme de uma franquia possa ter esse tipo de impacto e uma reação visceral. Eu adoro assistir coisas com uma audiência americana, porque mesmo em uma mais conhecida, aquela premiere em Los Angeles estava cheia de pessoas que estavam fazendo isso. Até eu, eu estava meio que… E minha esposa ficou em choque, sabe? Ainda está. Ela não consegue superar isso. Acho que ela gosta muito do Doutor Estranho e ele se foi. Eu disse, “Querida, ele se foi. Não tem mais Doutor Estranho. Ele se foi. É isso”.
Eu nunca esquecerei a reação, e de novo, foi numa exibição para a imprensa.
Eu sei, é incrível. As pessoas estavam mesmo sugadas, mas é ótimo. Não é incrível que histórias ainda conseguem fazer isso? Toda a fumaça e espelhos, tudo que sabemos sobre isso, e ainda consegue nos das esse tipo de envolvimento. É muito maravilhoso.
Bem, eu consegui fazer minha pergunta sobre o Khan, finalmente.
Sim, “Como foi interpretar Khan?”
Depois de todos esses anos. E finalmente sei que a resposta é, “Ótimo”.
Isso é histérico.
Tradução: Aline | Fonte