Confira uma entrevista que Benedict deu ao site Mid-Day, em Hong Kong, em que falar de Doutor Estranho, Sherlock, meditação e um pouco de sua carreira.
Benedict Cumberbatch fala de uma mudança renovadora de detetive a cirurgião mágico, e o desafio de ser ele mesmo
Estamos no famoso Ritz Carlton em Hong Kong para uma prévia de metragem selecionada de Doutor Estranho, o mais novo oferecimento da Marvel Studios. Marcado para lançamento em 4 de novembro, o filme verá, pela primeira fez, o ator Benedict Cumberbatch no traje do super herói baseado na série original de quadrinhos dos anos 1960-70 de Stan Lee.
O ator britânico melhor conhecido por sua representação do detetive fictício na série de televisão da BBC Sherlock realizará artes marciais e magia alucinante. O enredo do filme, uma história de origem, seguirá o Dr. Stephen Vincent Strange — um neurocirurgião ambicioso e infalível mas também egoísta (soa como Sherlock?) — que perde o poder de suas mãos, através das quais muitas operações estressantes foram realizadas. Só depois de Strange conhecer A Anciã (interpretada por Tilda Swinton) é que ele percebe que esteve olhando na direção errada.
Quando o papel do Doutor Estranho veio a Cumberbatch, foi noticiado que o ator não estava disponível para assumi-lo. De acordo com o presidente da Marvel Kevin Feige, ele estava em uma demanda tão alta, que a Marvel teve que esperar até que Cumberbatch estivesse livre. Dirigido por Scott Derrickson, Doutor Estranho está marcado para rever tudo o que você tinha em mente sobre Cumberbatch.
Voce tinha 19 anos quando veio para a Índia, em um ano depois dos estudos, para ensinar inglês a monges tibetanos perto de Darjeeling. Pode nos contar sobre aquela época?
Eu consegui aprender muito mais do que o que ensinei. Eu não conhecia a língua mãe mas tinha feito um curso breve em ensinar inglês como uma língua estrangeira. Foi uma troca cultural — eles estavam curiosos sobre minha vida. Isso para mim foi do jeito que este filme é — um crossover Oriente-Ocidente. É claro, o Oriente e o Ocidente não têm mais o mesmo significado. O que realmente continuou para mim é a meditação. Eu tinha 19 então e tenho continuado na jornada até agora.
Então, a meditação é uma parte integral da sua vida?
(Rindo) Eu não posso dizer que sou iluminado. Se eu tivesse feito isso todo dia, poderia estar sentado aqui diferentemente ou flutuando. Consciência em qualquer forma de meditação é uma coisa fantástica de fazer. A sensação de estar fundamentado, ciente e responsável — tudo isso alimenta meu ser como um ator de 40 anos.
Você era um fã do Doutor Estranho ao crescer?
Nem um pouco. Eu tinha lido Asterix, as tradicionais tiras de quadrinhos inglesas como Beano and The Dandy e alguns outros quadrinhos americanos, mas estes não foram uma grande parte do meu crescimento. No entanto, eu acho que através do cinema, através das iterações de cinema destes quadrinhos, me tornei um fã. Como o Batman do Tim Burton e sua trilha sonora a qual cantamos e dançamos na escola.
Dados os seus papéis, você ganhou uma reputação como o símbolo sexual da mulher que pensa. Estes personagens — superdotados intelectuais — interessam você?
O motivo por que muitas vezes eu assumo esses papéis é porque há um gancho, ou egoisticamente, para fazer alguma coisa diferente. As pessoas dizem que eu interpreto muitas pessoas espertas fazendo coisas inteligentes, mas só foram quatro ou cinco deles — Julian Assange, Sherlock, Doutor Estranho e Khan [em Além da Escuridão: Star Trek; 2013], embora ele seja super humano. Todas essas são formas diferentes e mundos diferentes; a única semelhança deles é que são todos grandemente inteligentes. E como um ator, você tem que tirá-las, não apenas através de sotaques, mas também pela fisicalidade deles. Eu interpretei personagens que têm pouca inteligência, como a minha própria, e acolho papéis que são interessantes e intrigantes.
Depois de interpretar Khan, este é o seu primeiro papel como super herói. Como você fez para escolher o papel?
O papel me achou, como você teria ouvido. Há uma correlação definida entre [quem eu sou] e o papel do Doutor Estranho; estou trazendo algo de mim mesmo ao passeio de montanha russa no qual ele está. Estou chegando a esse papel como um [homem] de 40 anos e tenho que ser eu mesmo. Meus olhos estão bem abertos a possíveis armadilhas. Eu tenho sido eu mesmo desde o começo da minha carreira ao contrário de muitas pessoas que fazem essas pausas quando estão nos 20 anos. Tendo dito isso, muitos em seus vinte anos que eu encontro são muito mais sábios do que eu jamais serei.
Você estava gravando cenas com A Anciã no Nepal ano passado para Doutor Estranho, logo depois que o terremoto aconteceu. Como foi filmar por lá?
Nepal foi um ambiente muito bom para nós começarmos. Depois do terremoto, foi importante para mim e mais tarde, Marvel e Disney, filmar lá. O filme foi roteirizado para ter cenas lá e nós queríamos mostrar que este lugar pode sustentar um colosso de um filme e que ele está aberto a negócios. O que restava do terremoto não era apenas arquiteturalmente, mas também o espírito das ruas e das pessoas.
Você sempre foi conhecido como o Sherlock. Você acha que os fãs e as plateias agora se lembraram de você como o Doutor Estranho?
[Interpretar o Doutor Estranho] é refrigério de Sherlock. Na primeira vez em que me perguntaram isso, congelei um pouquinho embaixo dos faróis. Eu acho que minha lápide carregará meu próprio nome, e o que mais as outras pessoas desejem escrever é apenas a narrativa. Eu sei quem eu sou. Haverá outros papéis icônicos que espero interpretar no futuro; vamos ver como eu viajo.
Tradução: Aline | Fonte