A edição de Fevereiro de 2016 da revista Psychologies traz o Benedict na capa e uma entrevista com ele. Confira abaixo os scans da revista e a tradução da entrevista:
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Por Karen Anne Overton
Benedict Cumberbatch, ator nomeado ao Oscar e nosso Sherlock Holmes favorito de todos os tempos conversa sobre amor, viver seus sonhos, e como ele não consegue entender por que alguém realmente o considera atraente…
2015 é um ano que provavelmente será sempre celebrado na família Cumberbatch. Começando pelo casamento com sua mulher, Sophie Hunter, diretora de teatro, passando para seu primeiro filho, Christopher, em Junho, bem como pela indicação ao Oscar por sua interpretação do gênio problemático Alan Turing em O Jogo da Imitação, somando às ótimas críticas pelo seu papel em Aliança do Crime, será um ano difícil de ser superado para Benedict Cumberbatch. Sem mencionar a conquista do mundo teatral com sua vez no papel do maior anti-herói de Shakespeare, Hamlet, no Barbican de Londres.
Mas com a chegada de 2016, vemos nosso geek favorito voltando às telas como o amado Mr Holmes no especial Vitoriano de Sherlock, e as filmagens da esperada quarta temporada do drama da BBC também está para começar. Nesse ano veremos o ator de 38 anos ingressar no universo Marvel em Doutor Estranho. Então, parece que 2016 será um ano a ser lembrado. Aqui, Benedict Cumberbatch conversa sobre sua jornada até o momento.
Benedict ama…
Meditação
‘Eu medito muito. É uma grande ferramenta em tentar me acalmar, ficar longe do circo louco disso tudo e ter uma mente focada, assim como ser uma pessoas mais gentil, mais considerada no mundo. Tirei muitas coisas da minha experiência em Darjeeling [ele passou seu ano sabático ensinando inglês para monges budistas no oeste de Bengal na fronteira do Nepal]. Foi uma experiência profundamente formadora em uma tenra idade. É algo que tenho tentado manter na minha vida.’O mar
‘Adoro me perder na natureza. Eu nunca fico mais feliz do que quando estou olhando para o mar — sendo absorvido em um momento, olhando para um ponto onde o horizonte encontra o mar. Eu adoro estar fora de ação e apenas ter as experiência primitivas a que todos nós temos direito como humanos nesta terra — quer seja o amor de alguém querido a nós, crianças, naturezas. Isso soa muito sentimental, mas é imensamente importante nutrir o que está em nós que é humano.’Benedict odeia…
O cabelo de Sherlock Holmes
‘Eu não consigo pensar em uma comparação mais inteligente ou mais precisa, mas acho que [o cabelo do Sherlock] me faz parecer um pouco como uma mulher.’Intolerância e discriminação
‘Pessoas estão sendo decapitadas e países agora por causa de suas crenças ou orientações sexuais. É assustador de medieval. Eu pegaria em armas contra alguém que estivesse me dizendo que eu tenho que acreditar no que ele acredita ou me mataria. Eu lutaria com ele. Lutaria até a morte. E, eu acredito, quanto mais velho você fica, você tem que ter uma ideia do que é certo ou errado. Você não poder ter tolerância unilateral. Você tem que ter um ponto em que diz, “Bem, fundamentalismo religioso é errado”.’O termo ‘Cumberbicthes’
‘Ele retrocede o feminismo em alguns anos…’Existe uma sensação de excitação em ter alcançado o tipo de status que você agora tem?
É excitante ter a oportunidade de interpretar tantos papéis bons. Eu tenho sido muito, muito sortudo e eu sou muito agradecido por ter tido a chance de trabalhar com tantos grandes atores e diretores. Eu tento não pensar muito nisso tudo, porque pode ser assustador olhar para o que você fez no passado, você começa a se preocupar com sua capacidade de manter aquilo e continuar encontrando aquele nível de trabalho.
Às vezes você se sente tão feliz quando descobre que vai interpretar uma figura extraordinária como Alan Turing, ou enquanto se prepara para interpretar Hamlet numa das maiores peças de Shakespeare. Mas quando você tem que encarar a realidade de interpretar esses papéis e trazer esses personagens à vida, e lidar com todas as expectativas que vêm com isso, é aí que seu medo e suas dúvidas batem, e você tem que se esforçar ainda mais para fazer seu melhor trabalho.
Você sempre quis ser ator?
Na verdade, eu estava me preparando para ser um defensor público, mas eu encontrei várias pessoas no mesmo curso que disseram que sucesso depende demais de oportunidade e sorte. E eu pensei ”Bom, por que eu estou abrindo mão do meu sonho primário de atuar para trabalhar duas vezes mais duro para fazer uma coisa alternativa ao que eu realmente ainda quero fazer?”
Minha mãe e meu pai trabalharam duro demais para bancar minha educação. Eu tive o privilégio de poder escolher, ou pelo menos ter a oportunidade de trabalhar com qualquer coisa que não fosse atuação. Mas, no final, atuar era uma coisa que eu sabia que tinha que fazer.
Você frequentemente expressa seu amor e apreciação profundos pelos seus pais e por como eles te ajudaram a montar sua vida.
Meu pai apoiou minha decisão de me tornar ator, e eu nunca vou esquecer isso. Minha mãe e meu pai sempre quiseram o melhor para mim, e me mandar para Harrow foi muito difícil para eles, porque eles tiveram que trabalhar muito duro para conseguir bancar esse tipo de educação pra mim. Eu sou muito agradecido e orgulhoso disso.
Eu lembro que, depois que meu pai assistiu um peça em que eu estava enquanto frequentava a Universidade de Manchester, ele disse: ”És melhor agora do que fui ou serei algum dia”, o que é uma coisa enorme para um pai dizer a seu filho. Ele disse: ”Terás uma carreira ótima, e eu mal posso esperar para te assistir e te apoiar”. Meu trabalho é uma tentativa contínua de honrar essa fé em mim.
A minha motivação primária na vida é deixar meus pais orgulhosos. Eu amo os dois demais…Eu venho sendo envolvido em amor desde pequeno e é mais fácil colocar valor na sua própria existência se você recebe amor quando criança.
Você recentemente se casou com a diretora Sophie Hunter. Ter alguém com quem dividir sua vida torna tudo mais fácil?
Torna mais fácil escapar da obsessão com si próprio.Se você tem alguém que você ama e você é devotado a essa pessoa e é um amor devoto propriamente dito – como eu tenho a sorte de ter em minha vida – não há nada melhor do que esse tônico.
Antes de mais nada, você tem seu mundo entre você e essa pessoa. Mas também, ser devotado a essa pessoa o leva para longe de você mesmo, já que existe alguém mais importante. Não que essa seja uma razão para estar num relacionamento, mas é uma consequência muito saudável dele, quando se está num trabalho tão obcecante como atuar pode ser.
Além de todo o resto de seu trabalho, sua interpretação de Sherlock Holmes continua atraindo muita atenção e completa devoção. E também o transformou num símbolo sexual. Como você se sente em relação a isso?
Eu nunca tinha sido visto como ”sexy” por ninguém até Sherlock chegar, então eu acho que é mais um reflexo e apreciação do trabalho do que do meu magnetismo natural. Eu certamente me lembro de ser um adolescente e de me desesperar por garotas que não estavam interessadas em mim!
Eu sempre sustentei a tese de que Sherlock é sexy e as pessoas simplesmente estão projetando a personalidade fria, brilhante, charmosa, defeituosa dele em mim. Ele é um homem extraordinário cujo atrativo reside em ser tão diferente e difícil, e em ser alguém que as pessoas acham impressionantemente atraente e interessante. Ele é o top herói excluído.
O quão satisfatório é para você saber o quanto as pessoas o amam como Sherlock?
Eu estou muito feliz que o público tenha respondido tão forte e entusiasmadamente ao personagem…quando as pessoas te param na rua e querem te dar os parabéns pelo seu trabalho e expressar a alegria delas em te ver no papel, é uma afirmação tremenda disso. Você se sente ótimo. É bom.
Tradução: Gi e Aline | Fonte