Em entrevista publicada hoje pelo site The Hollywood Reporter, os produtores executivos Rachael Horovitz e Michael Jackson, que passaram meia década tentando desenvolver uma adaptação dos livros de Edward St Aubyn, elogiaram o desempenho de Benedict em Patrick Melrose, tanto como ator quanto como produtor. Confiram abaixo:
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Quais foram os desafios em trabalhar com a prosa tão distinta de St. Aubyn?
JACKSON: Nós começamos tirando toda a narração – fazendo um trabalho tradicional de caracterização, de certa forma. E então nos demos conta de que não era tão interessante ou complexo ou divertido quanto o [primeiro] livro. Nós pusemos a narração de novo, e claro que o Benedict encarou o desafio. Ele realmente encarnou as diferentes personalidades que são reveladas durante o vício esquizofrênico em heroína. Uma coisa da qual tínhamos certeza desde o começo é que queríamos que cada um dos episódios tivesse uma sensibilidade visual diferente, e que parecessem apropriados para o estado mental do Patrick num momento em particular. Nós ficamos animados quando o diretor Edward Berger realmente se interessou pela ideia. Nós temos referências como Trainspotting para o “Bad News”, cinema francês dos anos 60 para o segundo episódio, “Never Mind”, e Gosford Park para “Some Hope”, o terceiro episódio. Nós realmente nos esforçamos bastante para dar uma sensibilidade individual a cada episódio.
Muito da série fica nos ombros do Benedict. O que mais lhes chamou atenção nas contribuições dele como ator e produtor?
HOROVITZ: A devoção ao material. Uma das minhas coisas favoritas em fazer adaptações é que, se você pega um material que todo mundo ama, você nunca chega a realmente discordar, porque você sempre poderá recorrer a um parágrafo. E, acredite, os livros do Benedict no set estavam muito, muito desgastadas e marcadas e memorizadas.
JACKSON: Ele realmente passou muito tempo com o Teddy; meio que o absorveu e adotou seu jeito de falar, meio que se transformou nele, de certa forma. Foi fascinante ver como ele parecia um cirurgião examinando um paciente. Ele acabou conhecendo Teddy muito bem, captou muito dele.
Quem tem o trabalho mais difícil na série?
HOROVITZ: Com certeza há um empate entre Benedict Cumberbatch e Edward St. Aubyn (também conhecido como Teddy). Benedict teve um trabalho extraordinariamente desgastante como ator e produtor, enquanto que Teddy teve que ver e dar conselhos sobre os momentos mais terríveis a sua vida. Chamar de difícil é pouco!
Qual requerimento do estúdio mais lhes surpreendeu?
JACKSON: Ficamos bem surpresos, após alguns anos desenvolvendo o roteiro, ao recebermos o requerimento do estúdio para mudarmos a ordem dos dois primeiros livros. Mas, no final das contas, fez muito sentido, já que a mudança exibiu a incrível performance do Benedict como um viciado com uma personalidade dividida e estabeleceu o suspense em torno do motivo de ele ser tão danificado.
Tradução: Gi | Fonte